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Fêmeas desta espécie de roedor nunca param de ter filhotes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Fevereiro de 2023 às 12h04

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Lifeonwhite/Envato
Lifeonwhite/Envato

Entre os seres humanos, mulheres não podem mais ter filhos após a menopausa — algo que acontece por volta dos 50 anos. Limites do tipo também afetam a maioria dos mamíferos. Eis que a espécie rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber) é aparentemente a única a não ter esta barreira natural. As fêmeas podem se reproduzir mesmo na velhice devido um processo de oogênese (formação de novos óvulos) contínuo.

Hoje, os cientistas ainda não compreendem 100% do porquê da espécie continuar a se reproduzir mesmo depois dos 30 anos — sim, este rato é realmente longevo, podendo viver por décadas, enquanto um camundongo vive no máximo quatro anos.

Quem começa a desvendar o mistério por trás da estranha capacidade do rato-toupeira-pelado são os pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Os primeiros achados foram publicados na revista científica Nature Communications e podem fornecer insights para revolucionar os tratamentos disponíveis para reprodução em humanos.

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Conhecendo o rato-toupeira-pelado

“Eles são os roedores mais longevos, quase nunca têm câncer, não sentem dor como os outros mamíferos, vivem em colônias subterrâneas e só a rainha pode ter filhotes", afirma Miguel Brieño-Enríquez, principal autor do estudo e professor assistente da universidade, em comunicado.

"Para mim, o mais incrível [da espécie] é que eles nunca param de ter filhos — eles não têm uma queda na fertilidade à medida que envelhecem”, acrescenta. A partir desse fascínio, é que a questão é investigada com maior profundidade.

"Existem três possibilidades de como as fêmeas fazem isso: elas nascem com muitos óvulos, não morrem muitos desses óvulos ou continuam a criar mais óvulos após o nascimento [oogênese]”, pontua. “Minha hipótese favorita é que elas mesclam as três possibilidades”, complementa Miguel.

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Número de óvulos maior que o "normal"

Ao comparar os ovários de ratos-toupeira-pelados e camundongos, os pesquisadores descobriram que têm tamanhos semelhantes, mas as fêmeas de ratos-toupeira-pelados têm um número excepcionalmente maior de óvulos. Com 8 dias, elas têm 1,5 milhão de óvulos, um número 95 vezes maior que o da outra espécie. Além disso, as taxas de mortalidade dessas células eram menores que o esperado.

Oogênese continua ao longa da vida

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Outro ponto é que a oogênese continua a ocorrer após o nascimento em ratos-toupeira-pelados. Células precursoras de óvulos estavam se dividindo ativamente em animais com mais de três meses de vida. Em roedores com 10 anos, estes mesmos percursores foram encontrados, segundo os autores. É como se o processo de produção de óvulos não tivesse um limite, algo bem diferente da espécie humana.

“Embora os humanos estejam vivendo mais, a menopausa ainda acontece na mesma idade. Esperamos usar o que estamos aprendendo com o rato-toupeira-pelado para proteger a função ovariana mais tarde na vida e prolongar a fertilidade”, completa o pesquisador Miguel.

Fonte: Nature Communications e Universidade de Pittsburgh