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Animais com menos mutações genéticas anuais vivem mais tempo, segundo estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Abril de 2022 às 11h36

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EwaStudio/Envato
EwaStudio/Envato

Quanto mais tempo os animais vivem, menos mutações genéticas ocorrem a cada ano. A informação vem de um estudo publicado na revista científica Nature na última quarta-feira (13). Para isso, os especialistas do Wellcome Sanger Institute (Reino Unido) analisaram o DNA de 16 espécies: gato, colobus, cachorro, furão, girafa, cavalo, humano, leão, camundongo, rato-toupeira-pelado, coelho, rato, lêmure-de-cauda-anelada e tigre.

A ideia dos pesquisadores é que essas descobertas ajudem a entender o envelhecimento e até mesmo o câncer, tendo em vista que as mutações genéticas (alterações que ocorre no genoma, ou seja, no material genético do organismo) estão diretamente ligadas à doença. O estudo traz a projeção de algumas espécies e suas referentes mutações genéticas por ano:

  • Camundongos — 800
  • Cachorros — 249
  • Leão — 160
  • Girafa — 99
  • Humanos — 47
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Os cientistas apontam, no artigo, que os mamíferos têm aproximadamente o mesmo número de mutações quando morrem de velhice. Em outras palavras, apesar do diferente tempo de vida, no final os mamíferos apresentam um número bem aproximado de mutações, já que quanto mais os animais vivem, menos mutações acontecem, o que é notável nos camundongos, que são a espécie com o maior número de mutações, mas a expectativa de vida mais curta (quatro anos).

Apesar de se chegar a essa descoberta, a equipe ainda não entende o significado por trás desse número. Uma das teorias é que as células do corpo alcançam um número crítico de mutações e depois começam a ocupar tecidos em lugares como o coração, à medida que se envelhece, atrapalhando o funcionamento dos órgãos.

De acordo com o artigo, é provável que o envelhecimento não seja desencadeado por um único processo dentro das células do nosso corpo: as alterações epigenéticas devem influenciar nisso também. A reflexão pressupõe que se as mutações genéticas desempenham um papel no envelhecimento, é possível que haja uma maneira de retardar o dano genético. Assim, a descoberta abre portas para possíveis tratamentos futuros.

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Fonte: Nature, BBC