Dinossauros herbívoros de pescoço longo sobreviviam em bandos, diz estudo
Por Natalie Rosa | Editado por Luciana Zaramela | 22 de Outubro de 2021 às 14h55
Dinossauros do grupo Sauropodomorpha, herbívoros e com os pescoços longos, foram bem sucedidos na luta pela sobrevivência por andarem em bandos, de acordo com um novo estudo. Os pesquisadores analisaram restos de ovos e esqueletos de dinossauros jovens e adultos da espécie Mussaurus patagonicus, encontrados na Patagônia.
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A localização, há 193 milhões de anos, traz a primeira evidência de rebanho de dinossauros, mostrando que as criaturas criavam seus filhotes em uma comunidade. A investigação descobriu que os fósseis eram de animais de todas as idades, e que os jovens começaram a caminhar sobre as quatro pernas antes de se tornarem bípedes na idade adulta. O maior espécime adulto encontrado teria chegado a pesar 1,7 toneladas.
Foram examinados mais de 100 ovos e esqueletos de Mussasaurus em uma área de apenas um quilômetros quadrados. A análise foi feita com imagens de raio-x, avaliando o interior dos ovos e identificando os embriões. Foi possível determinar a idade dos embriões com a contagem dos anéis de crescimento anuais que ficaram visíveis em finas fatias de osso da perna, observados no microscópio.
Muitos dos fósseis, que estavam próximos uns dos outros, estavam agrupados por idade, incluindo grupos de ovos e dinossauros juvenis, além de adultos sozinhos ou em pares. "Essa segregação nos diz que não se trata de uma simples estrutura familiar", conta Jahandar Ramezani, co-autor do estudo. "São colônias com muitos dinossauros que, basicamente, estavam tomando conta dos jovens e dos ovos juntos", completa.
Os sedimentos encontrados entre os fósseis indicam que o local era próximo a um lago de vida curta, e os pesquisadores acreditam que os dinossauros morreram após uma longa seca, sendo enterrados pela poeira trazida pelo vendo. A poeira contava também com cinzas vulcânicas, que possuem cristais minúsculos de zircão com altos níveis de urânio e que se transformam em chumbo com o tempo. Então, com base na quantidade dos elementos nos cristais, foi possível calcular a idade dos sedimentos, mostrando que o local tem mais de 193 milhões de anos.
O estudo completo foi publicado no Scientific Reports.
Fonte: Popular Science