Descoberta de fóssil mostra que dinossauros podem ter cruzado oceanos a nado
Por Natalie Rosa |

A descoberta de fósseis de dinossauros com bico de pato, onde hoje é a África, indicam que essas espécies viajaram por centenas de quilômetros entre os oceanos até chegarem lá. A criatura em questão é o Ajnabia odysseus, herbívoro, e seus ossos foram encontrados em uma mina no Marrocos, existindo há 66 milhões de anos, no final do período Cretáceo.
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Em comparação com outros dinossauros com bico de pato, que podiam chegar a até 15 metros de comprimento, o Ajnabia era pequeno, medindo apenas três metros. De acordo com os pesquisadores, o animal evoluiu, inicialmente, na América do Norte, se espalhando posteriormente na América do Sul, Ásia e Europa. Mas como ele foi parar no continente africano?
Nicholas Longrich, conferente sênior do Milner Centre for Evolution da Universidade de Bath e líder do estudo, diz que o fóssil do dinossauro foi encontrado em um local bem improvável, o equivalente a encontrar um canguru na Escócia, e que a África era completamente isolada por água. Então, os cientistas estudaram os dentes e a mandíbula do Ajnabia, determinando que ele pertencia à subfamília Lambeosaurinae, grupo de dinossauros hadrossaurídeos com crista.
Segundo especialistas, os dinossauros com bico de pato poderiam facilmente cruzar centenas de quilômetros em mar aberto para alcançar o continente, graças às suas largas caudas e pernas poderosas. O caminho pode ter sido percorrido a nado, flutuação e subindo pelos escombros. Longrich diz que era impossível caminhar até a África.
"Esses dinossauros evoluíram muito tempo depois que uma deriva continental dividiu os continentes, e não há evidências de pontes terrestres. A geologia nos diz que a África era isolada por oceanos. Então, a única forma de chegar lá era pela água", explica o cientista. Outros estudos também já mostraram que mamíferos como macacos e roedores, por exemplo, fizeram travessias marítimas longas e traiçoeiras de continente a continente. Essa é a primeira vez, no entanto, que é sugerido que o mesmo aconteceu com os dinossauros.
Fonte: CNN