Publicidade

Como Google transforma 2 bilhões de celulares em sistema de alerta de terremoto

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

Compartilhe:
Reprodução/Google
Reprodução/Google

Terremotos podem ter um grande potencial destrutivo, dependendo da sua magnitude e do local onde ocorrem. Por isso, sinais emitidos para alertar a população sobre as atividades sísmicas são cruciais para salvar vidas de pessoas que estão na região dos tremores ou próximas dela.

Pensando nisso, o Google desenvolveu um sistema chamado Android Earthquake Alerts (AEA), que utiliza smartphones para detectar sinais de terremotos e emitir notificações relacionadas a esses fenômenos tectônicos para o maior número de pessoas possível usuárias do Android.

Em um artigo publicado na revista Science (science.org), pesquisadores da empresa informaram que o AEA conseguiu detectar mais de 11 mil terremotos entre 2021 e 2024, além de ter emitido mais de 1,2 mil alertas para usuários de Android em 98 países.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O recurso ampliou em aproximadamente 10 vezes o número de pessoas com acesso a Sistemas de Alerta Antecipado de Terremotos. Em 2019, cerca de 250 milhões de pessoas tinham acesso a essas ferramentas; esse número chegou a 2,5 bilhões com a implementação do sistema AEA.

Como funciona o alerta de terremotos do Google

O Google detalhou que utiliza o acelerômetro dos celulares — o mesmo sensor que gira a tela automaticamente quando é virada de lado — para detectar os tremores causados pelos terremotos.

Quando um dispositivo parado identifica a onda P inicial — a mais rápida de um terremoto — ele envia um sinal para o servidor de detecção da empresa, junto com a localização aproximada do tremor.

“O sistema analisa rapidamente os dados de vários celulares para confirmar a ocorrência de um terremoto e estimar sua localização e magnitude. O objetivo é alertar o maior número possível de pessoas antes que a onda S, mais lenta e destrutiva, as atinja”, explica o Google.

Após essa etapa, o AEA envia dois tipos de alertas:

  • Alerta BeAware: voltado para tremores leve;
  • Alerta TakeAction: para tremores mais fortes e que ocupa toda a tela do celular, emitindo um sinal sonoro alto.

Exemplo prático de funcionamento do AEA

Continua após a publicidade

Um exemplo de funcionamento do sistema citado pelos pesquisadores do Google ocorreu em abril de 2025, na Turquia. De acordo com especialistas, o primeiro alerta do terremoto de magnitude 6,2 foi emitido oito segundos após o início do fenômeno, referente às ondas P.

Pessoas que sentiram tremores moderados a fortes, correspondentes às ondas S, receberam o aviso cerca de 20 segundos antes da chegada desses abalos a tempo de sair dos edifícios.

O artigo, porém, reconhece que, no caso do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia em fevereiro de 2023, o AEA não emitiu os alertas necessários. Os pesquisadores atribuíram essa falha aos algoritmos e métodos de coleta de dados, que foram atualizados desde então.

Continua após a publicidade

Feedback dos usuários sobre os alertas de terremotos

O Google informou que 85% das pessoas que usam Android e tiveram os dados do sistema utilizados sofreram um terremoto e receberam um alerta. Entre elas, 36% receberam o aviso antes do evento, 28% durante e 23% após o tremor.

Outra informação trazida pelo feedback é que 79% das pessoas que receberam um alerta, mas não sentiram o terremoto, consideraram o sinal muito útil.

“O mais empolgante é que nosso sistema está em constante aprendizado e aprimoramento. Os dados que coletamos nos ajudam a entender melhor os terremotos e a construir modelos de previsão mais precisos.

Continua após a publicidade

No futuro, esse sistema poderá não apenas emitir alertas, mas também fornecer informações rápidas pós-terremoto aos socorristas, ajudando a avaliar rapidamente as áreas mais necessitadas”, concluiu o Google.

Leia mais: 

VÍDEO | ALERTA DE TERREMOTO

Continua após a publicidade

Fonte: Google Research