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Com 200 milhões de anos, novo ancestral dos mamíferos era gaúcho

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Júlia D'Oliveira
Júlia D'Oliveira

Paleontólogos encontraram, na cidade gaúcha de Dona Francisca, uma nova espécie de antepassado dos mamíferos, já diferente dos répteis, mas sem sangue quente e outras características dos seus ascendentes. O animal em questão é um cinodonte, datado entre 241 milhões e 236 milhões de anos atrás, identificado a partir de um crânio encontrado no município em 2019 pelos cientistas Lúcio Roberto da Silva e Sérgio Cabreira.

O espécime foi mantido em um arquivo científico até seu estudo, mais de dez anos depois, pelo paleontólogo Leonardo Kerber, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Com a análise, foram descobertas diferenças importantes o bastante para nomear uma nova espécie — Paratraversodon franciscaensis.

O ancestral gaúcho dos mamíferos

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Além de estudar as características em laboratório, a equipe também realizou tomografias no fóssil preservado no RS, mostrando estruturas invisíveis a olho nu, mas muito importantes para sua diferenciação dos outros cinodontes. Foi possível verificar, por exemplo, como era a parte interna do crânio do animal, permitindo suposições parciais sobre seu cérebro e sua fisiologia, por consequência.

Assim, sabemos que o P. franciscaensis era herbívoro, tinha aproximadamente um metro de comprimento e tinha uma fisiologia entre a dos mamíferos e répteis herbívoros. Ele era, por exemplo, ectotérmico — tinha sangue frio — e não era coberto por pelos, como as espécies mamíferas modernas costumam ser.

No período Triássico (252 milhões - 201 milhões de anos atrás), aliás, a maioria dos animais era ectotérmica, pois o clima da Terra era muito mais quente.

Fonte: American Association for Anatomy