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Cientistas descobrem que fóssil raro encontrado na Austrália é de Elafrossauro

Por| 18 de Maio de 2020 às 18h10

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Reprodução: Ruairidh Duncan
Reprodução: Ruairidh Duncan

Foi encontrado na cidade de Vitória, na Austrália, o fóssil de um parente do T. Rex e do Velociraptor que, ao atingir a idade adulta, deixaria de ser carnívoro para começar a se alimentar apenas de plantas.

O dinossauro de pescoço longo é um Elafrossauro, pertencente à família de dinossauros terópodes e extremamente raro. Media dois metros da cabeça até o final da cauda longa, sendo semelhante, em tamanho, a um emu, contando ainda com braços curtos e apenas quatro dedos.

De acordo com Stephen Poropat, pesquisador principal do estudo da descoberta, o que torna o Elafrossauro raro é o fato de existirem apenas três da espécie localizados na Argentina, China e Tanzânia. "Este é o primeiro registro do grupo na Austrália e somente o segundo do Cretáceo em todo o mundo", conta o cientista.

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Steven Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, conta que este é um dos dinossauros terópodes mais intrigantes. "Eles parecem ter sido levemente construídos, com pescoço longo e corrida rápida, e que trocavam a alimentação exclusivamente carnívora para se tornarem onívoros", conta.

Fósseis costumam ser encontrados em ambientes de deserto, porém as escavações lideradas pelo Museu de Melbourne acontecem em lajes de rochas duras e cinzas ao longo da costa, que costumam ser inundadas pela água do mar. Adele Pentland, coautora do estudo, conta que as primeiras horas de busca se resumem a escavar areia molhada. Jessica Parker, participante voluntária da escavação, foi a responsável por encontrar a longa vértebra de 5 centímetros do Elafrossauro.

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O fóssil, com estudo publicado na revista Gondwana Research, se trata de apenas uma vértebra e foi encontrado ainda em 2015, sendo somente agora estudado de forma mais aprofundada. A descoberta aconteceu em um sítio de escavação chamado Eric the Red West, próximo ao Cabo Otway, a cerca de três horas do sudoeste de Melbourne. Por primeiramente aparentar ser de uma criatura voadora de corpo alongado, como o Pterossauro, o fóssil foi para o Museu de Melbourne.

Cinco anos depois, então, em uma pesquisa sobre Pterossauros australianos, foi concluído que se tratava de uma vértebra de outra criatura. Pentland revelou que as vértebras do dinossauro voador eram bem distintas, com uma esfera no final da cabeça e um tipo de encaixe na cauda, diferenciando as espécies.

"Então nós voltamos à estaca zero e começamos a estudar livros para tentar descobrir de que tipo de vértebra se tratava", conta Poropat, dizendo ter chegado à conclusão de que se tratava de um Elafrossauro, dinossauro africano do período Jurássico que tinha vértebras cervicais cerca de quatro vezes maiores que as de outros terópodes.

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Brusatte afirma que a descoberta é um grande exemplo de como apenas um osso fóssil é capaz de contar uma grande história. "Eles eram, provavelmente, um vasto grupo de dinossauros, talvez ainda global, mas que não apreciamos o suficiente por causa das pistas escassas deixadas para trás", completa.

Fonte: The Guardian