Jurassic Park entendeu errado o método de caça dos Velociraptors, diz estudo
Por Natalie Rosa | 11 de Maio de 2020 às 08h47
No filme Jurassic Park, lançado nos cinemas em 1994 para dar início a uma saga, nós conhecemos os simpáticos e perigosos Velociraptors, dinossauros carnívoros que andavam em bando atrás de comida, ou seja, outras criaturas. No entanto, de acordo com um estudo recente feito sobre a espécie e publicado na revista Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, a realidade sobre eles era um pouco diferente.
O estudo foi realizado pela Universidade de Wisconsin Oshkosh, nos Estados Unidos, e argumenta que, provavelmente, os Velociraptors não andavam em bando, como é mostrado nos filmes da saga. Na verdade, eles tinham mais chances de serem dinossauros solitários, mas que se aproveitavam quando viam um outro se alimentando.
De acordo com os pesquisadores, suas caçadas não eram coordenadas e muito menos faziam parte de uma estratégia, mas que frequentemente acabavam comendo em bando a caça feita por apenas um. Joseph Frederickson, líder do estudo e diretor do Weis Earth Science Museum, revelou a conclusão a que a equipe chegou.
"Os raptors geralmente são mostrados caçando em bandos, parecidos com lobos. As evidências para este comportamento, no entanto, não são completamente convincentes. O problema dessa ideia é que os dinossauros vivos (pássaros) e seus parentes (crocodilianos) não costumam caçar em grupos e raramente caçam presas maiores que eles mesmos", explica.
Frederickson conta que foi feita a comparação da química dos dentes do raptor Deinonico, que existiu no período Cretáceo, há cerca de 115 milhões a 106 milhões de anos, com crocodilos da mesma época e da mesma formação geológica. Com isso, através de distinções entre os dentes maiores e menores de cada animal foi descoberta uma dieta transitória, o que é esperado de um animal que não fornece alimento aos mais novos.
"Nós podemos ver o mesmo padrão dos raptors, quando o menor e o maior dente não possuem a mesma quantidade de valores de isótopos de carbono, indicando que eles se alimentavam de comidas diferentes. Isso significa que o mais novo não estava sendo alimentado pelo adulto, que é o acreditado porque Jurassic Park estava errado em relação ao comportamento dos raptors", conta o cientista, afirmando que o método pode ser usado para estudar outros animais já extintos.
Fonte: CNET