Cientistas deram um corpo robótico para este cogumelo e agora ninguém segura
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Cientistas da Cornell University aproveitaram os sinais elétricos dos micélios (a parte vegetativa subterrânea dos cogumelos) para formar robôs biohíbridos capazes de reagir ao ambiente.
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O sistema consiste em uma interface elétrica que bloqueia a vibração e a interferência eletromagnética e registra e processa com precisão a atividade eletrofisiológica do micélio em tempo real, e um controlador inspirado em um tipo de circuito neural.
O sistema lê o sinal elétrico bruto, processa e identifica os picos rítmicos do micélio, então converte essa informação em um sinal de controle digital.
“Ao cultivar micélio na eletrônica de um robô, fomos capazes de permitir que a máquina biohíbrida detectasse e respondesse ao ambiente. Neste caso, usamos luz como entrada, mas no futuro será química", diz a equipe por trás do estudo publicado na Science Robotics.
"O potencial para robôs futuros pode ser detectar a química do solo em plantações e decidir quando adicionar mais fertilizante”, completa o time.
Robô-cogumelo
Para o estudo, dois robôs biohíbridos foram construídos: um robô macio em forma de aranha e um robô com rodas. Eles completaram três experimentos. No primeiro, andaram e rolaram. Depois, os pesquisadores estimularam os robôs com luz ultravioleta, o que os fez mudar seus passos. No terceiro cenário, os pesquisadores foram capazes de anular completamente o sinal nativo do micélio. Veja a movimentação do robô-cogumelo:
Como os micélios podem crescer em condições adversas e têm a capacidade de sentir sinais químicos e biológicos, os pesquisadores acreditaram ser a melhor escolha.
“Este artigo é o primeiro de muitos que usarão o reino fúngico para fornecer sinais de comando e detecção ambiental para robôs para melhorar seus níveis de autonomia”, prevê a equipe.
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Fonte: Cornell University