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Cidade perdida de Natounia, com 2.000 anos, é encontrada no Curdistão iraquiano

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Julho de 2022 às 17h05

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Rabana-Merquly Archaeological Project
Rabana-Merquly Archaeological Project

Arqueólogos dizem ter encontrado uma cidade perdida próxima às ruínas de um forte no Curdistão iraquiano. É Natounia, uma cidade real fortificada conhecida, anteriormente, apenas através de moedas antigas encontradas em outros locais. Escavações e um mapeamento aéreo feito por drones foram alguns dos métodos usados para redescobrir a cidade.

O local é próximo à fortaleza montanhosa de Rabana-Merquly, um dos grandes centros principais do Império Parta, que dominava a região há 2.000 anos. Circundando a região, há o Monte Piramagrun, das Montanhas Zagros, com muralhas fortificadas de 4 km de extensão e dois assentamentos adornados com o que parecem ser quartéis, relevos em pedra e um complexo religioso, provavelmente dedicados à deusa do zoroastrismo Anahita.

Relatos do achado foram publicados na revista científica Antiquity.

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Desvendando a cidade perdida de Natounia

Segundo os cientistas, o esforço considerável que as evidências mostram ter sido feito para o planejamento, construção e manutenção de um forte desse tamanho aponta para atividades governamentais.

O assentamento é complexo e grande o suficiente para que os pesquisadores acreditem ser a cidade perdida de Natounia, ou Natounissarokerta — ou seja, dedicata a Natounissar, fundador da dinastia real de Adiabene, um antigo reino do norte da Mesopotâmia.

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A única evidência da cidade, até o achado, eram algumas moedas datadas do primeiro século a.C., encontradas na cidade atual de Nusaybin, no sudeste da Turquia. Embora ainda esteja carregado de especulação, o acho do local providenciou uma série de pistas que reforçam bastante a ideia de que Rabana-Merquly seja a cidade perdida de Natounia.

A datação da cidade é uma dessas pistas: as inscrições nas moedas sugerem que elas tenham sido cunhadas durante a primeira metade do século 1 a.C., o que coincide com a época estimada para as ruínas do assentamento no Curdistão. O nome do lugar, Natounissarokerta, além de ser composto do nome real de Natounissar, também contém a palavra parta para "fosso" ou "fortificação". É uma descrição que combina com o local encontrado.

Além disso, há dois relevos em pedra nos portões de Rabana-Merquly, que representam um governante em tamanho real e com um chapéu cerimonial. Não há inscrições que o identifiquem, mas os arqueólogos notam uma semelhança grande com outros relevos de líderes da era parta — como a do rei Attalos, em Hatra —, o que pode significar que a figura seja Natounissar ou um de seus descendentes diretos.

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Por fim, o local também contém um dica por si só: ele fica na fronteira leste de Adiabene, que foi governada pelos reis de uma dinastia local vassala do Império Parta. É possível que o assentamento tenha se tornado uma passagem vital na orla exterior do reino, utilizada para comercializar ou, talvez, fazer pressão militar nas tribos pastorais logo além da fronteira.

Fonte: Antiquity