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Células de testículos de rato produzem esperma após congeladas por 23 anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Maio de 2022 às 19h50

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Maxxyustas/Envato Elements
Maxxyustas/Envato Elements

Células de testículos de rato congeladas por 23 anos produziram esperma após serem implantadas em camundongos. Com base nos resultados da pesquisa, publicada na revista científica Public Library of Science: Biology na última terça-feira (10), cientistas teorizam ser possível congelar o tecido testicular de crianças antes de tratar seu câncer, possibilitando-as ter filhos na vida adulta.

A quimioterapia pode acabar matando células-tronco produtoras de esperma nos testículos, o que leva muitos adultos a congelar amostras antes de realizar o tratamento — o que não é uma opção para pacientes infantis da doença, que muitas vezes passam pelo processo antes da puberdade.

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Congelando e reimplantando

Algumas clínicas têm removido e congelado amostras de tecido testicular imaturo na esperança de um reimplante na vida adulta que permita a maturidade e produção de esperma. Ao menos uma clínica, localizada na Bélgica, teve a cirurgia de reimplantação aprovada. O novo estudo com camundongos, agora, renova o otimismo do processo, já que demonstrou sucesso a longo prazo nos roedores.

Os cientistas envolvidos, sendo eles da University of Pennsylvania, coletaram células-tronco dos ratos, congeladas há 23 anos, as descongelaram e implantaram em camundongos, que haviam sido tratados com uma droga que matava suas próprias células (tóxica demais para uso em ratos) que fabricavam esperma e tinham sistemas imunes deficitários para que não rejeitassem o transplante.

O mesmo procedimento também foi realizado com células de ratos removidas e imediatamente implantadas em camundongos e também células congeladas por apenas alguns meses, para efeito de comparação. Exames nos testículos dos roedores mostraram que as células sobreviveram e se tornaram grupos produtores de esperma, embora fizessem 20 vezes menos grupos celulares do que as congeladas por pouco tempo ou as imediatamente implantadas.

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Os grupos celulares dos implantes de 23 anos fabricavam esperma maduro, mas cada um fazia cerca de um terço do que produziam os outros grupos já citados. Se os mesmos resultados puderem ser replicados em seres humanos, mesmo poucas quantidades de esperma já serão uma vitória, já que possibilitarão, no mínimo, fertilizações in vitro.

Apesar das boas notícias, especialistas notam haver diferenças entre os métodos dos pesquisadores e os utilizados pelas clínicas: enquanto a pesquisa isolou células-tronco de ratos adultos para o congelamento, as instituições coletam tecido de crianças que ainda não passaram pela puberdade. Se o processo poderá ser aplicado mesmo assim e as células infantis poderão amadurecer para produzir esperma adulto, só o tempo — além de muita pesquisa — nos dirá.

Fonte: PLOS Biology