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Bolhas gigantes no manto terrestre se movem e mudam de forma com o tempo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Abril de 2022 às 09h11

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Nicolas Flament/YouTube
Nicolas Flament/YouTube

Duas grandes bolhas do manto terrestre, ligadas ao movimento das placas tectônicas do planeta, já mudaram de forma e localização muito mais do que os cientistas imaginavam. Embora ainda não se saiba do que elas são feitas, um novo estudo descobriu que elas já se desintegraram e voltaram a se formar da mesma forma que os continentes na superfície.

Já faz algum tempo que o comportamento e a própria origem das duas bolhas são tema de debate entre os cientistas. Elas estão no manto, a camada que fica entre a crosta e o núcleo da Terra, e podem ser detectadas pelos dados sísmicos. Prova de sua existência é o fato que elas desaceleram as ondas causadas por terremotos.

Uma das bolhas está abaixo da África, enquanto a outra fica sob o Oceano Pacífico. Elas têm suas “raízes” 2.900 km abaixo da superfície, quase a meio caminho em direção ao núcleo da Terra. Cogita-se que sejam o local de nascimento de plumas ascendentes de rochas quentes que atingem a superfície da Terra, gerando erupções vulcânicas gigantes.

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Uma nova pesquisa modelou um bilhão de anos de história geológica para investigar como elas se comportam em passagens de tempo em longa escala, e descobriu que as bolhas se juntam e se separam como continentes e supercontinentes.

Isso contraria a ideia de que as bolhas agiram como âncoras, travadas no lugar por centenas de milhões de anos. Um dos argumentos usados para defender essa hipótese é o padrão de erupções vulcânicas e kimberlito (um grupo mineral composto por voláteis e diversos tipos de rocha, e podem conter diamantes) registradas na superfície da Terra.

Os modelos do novo estudo são baseados na reconstrução dos movimentos das placas tectônicas. As placas se empurram e criam o processo de subducção, no qual a rocha fria no fundo do oceano afunda cada vez mais no manto e, uma vez que atinge uma profundidade de cerca de 2.000 km, empurra as bolhas para o lado.

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A nova descoberta revela que, assim como os continentes, as bolhas podem se juntar para formar superbolhas, como é atualmente observado na configuração atual. Além disso, elas podem se desfazer ao longo do tempo. Apesar disso, se encaixam no padrão de erupções vulcânicas e kimberlito — aquele usado como argumento para a tese das bolhas fixas como âncoras.

Pesquisas sobre as duas estruturas ajudam a esclarecer parte da história da evolução da Terra, já que as bolhas podem ser mais densas do que o restante do manto. Em outras palavras, elas podem ser feitas de um material separado do restante nos dias inicias do nosso planeta. Isso explicaria porque a composição mineral da Terra não corresponde aos modelos de formação planetária baseados na composição de meteoritos.

Fonte: The Conversation