Toyota pode superar chinesas e lançar 1º elétrico com bateria de estado sólido
Por Lucas Parente |

A “guerra” pela bateria de estado sólido continua no mercado automotivo — e tudo indica que a Toyota sairá na frente das fabricantes chinesas. A marca japonesa anunciou nesta semana que pretende lançar seu primeiro veículo com esse tipo de tecnologia entre 2027 e 2028, prometendo mais autonomia, desempenho e durabilidade.
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O plano da Toyota é reduzir a dependência de outras tecnologias, como as baterias de íon-lítio, que são as mais utilizadas atualmente pelo setor, mas menos eficientes e avançadas quando comparadas às de estado sólido.
A fabricante japonesa, no entanto, não está sozinha no desenvolvimento da nova tecnologia. A Sumitomo Metal Mining Co. é parceira da Toyota no projeto e será responsável pelo fornecimento de materiais essenciais para a produção das baterias. Já a Idemitsu Kosan será a principal produtora e fornecedora de sulfeto de lítio, um dos materiais-chave para o desenvolvimento das baterias de estado sólido.
Ambas as empresas são japonesas e fazem parte de um plano nacional para tornar o país mais independente de outras nações, como China e Coreia do Sul — que atualmente estão mais avançadas em tecnologias relacionadas a baterias.
Para esse projeto, as empresas japonesas já anunciaram um investimento superior a US$ 7 bilhões voltado à pesquisa, desenvolvimento e produção de novas tecnologias automotivas, incluindo baterias nacionais.
Mas qual é a grande vantagem das baterias de estado sólido?
Consideradas o “Santo Graal” das baterias para carros elétricos, as baterias de estado sólido são vistas há anos como o próximo salto tecnológico do setor automotivo. Cientistas e engenheiros vêm trabalhando intensamente em seu desenvolvimento, que agora parece estar próximo da viabilização comercial.
A principal vantagem dessas baterias é clara: por utilizarem um eletrólito sólido, elas conseguem armazenar mais energia em um espaço menor, além de oferecerem recarga mais rápida, maior segurança e melhor eficiência térmica.
A diferença em relação às baterias convencionais de íon-lítio está na composição da célula: o eletrólito líquido — responsável por transportar os íons entre o ânodo e o cátodo — é substituído por um eletrólito sólido, geralmente feito de sulfetos, polímeros ou óxidos. Essa substituição torna a bateria mais eficiente, estável e menos propensa a superaquecimento.
Competição acirrada
A corrida pelo desenvolvimento das baterias de estado sólido não envolve apenas a Toyota. Marcas como BYD, Honda, Mercedes-Benz, Nissan e Volkswagen também investem fortemente nessa tecnologia.
O setor automotivo considera que essa poderá ser a grande virada de chave na eletrificação dos veículos e estamos cada vez mais próximos de ver essa tecnologia se tornar realidade.
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