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Tesla x Governo dos EUA: entenda a queda de braço entre Elon Musk e Joe Biden

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Steve Jurvetson/VisualHunt
Steve Jurvetson/VisualHunt
Elon Musk

A Tesla vai abrir suas estações de recarga para que outros carros elétricos possam ser abastecidos. Essa é uma condição imposta pelo governo dos Estados Unidos para que a fabricante de Elon Musk possa receber parte do subsídio de US$ 7,5 bilhões que será destinado às montadoras e empresas que administram estações de carregadores pelo país.

Essa decisão vem depois de uma enorme queda de braço entre Elon Musk e o presidente Joe Biden (DEM), que foi acusado de fazer mera politicagem contra o dono da Tesla ao solicitar essa contrapartida. Após longo debate, Musk cedeu e vai realizar mudanças gradativas em sua enorme rede de carregadores, que somam mais de 7.500 somente nos Estados Unidos.

Os Tesla Superchargers, carregadores rápidos da Tesla, possuem conector proprietário, chamado de NACS (North American Charging Standard), enquanto, como você já deve ter visto aqui no Canaltech, a esmagadora maioria dos carros elétricos adota o padrão CCS para as recargas rápidas, e as "tipo 2" para o carregamento normal/lento.

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Os carros da Tesla, por sua vez, podem ser recarregados em estações convencionais de outras empresas, por meio, claro, de um adaptador, vendido pela própria montadora separadamente. A exigência de Joe Biden visa democratizar o acesso de outras pessoas aos carregadores da Tesla. Vale lembrar que, mesmo com essa abertura, há a necessidade de pagar para a utilização dos Superchargers.

Onde a Tesla ganha e perde liberando os carregadores?

O aspecto exclusivo dos carros da Tesla certamente é um dos seus atrativos e isso se perderá com essa liberação dos carregadores pelos Estados Unidos. Entretanto, ao ceder ao governo Biden, Elon Musk terá uma nova fonte de receita importante, já que seus carregadores de alta velocidade são pagos.

Em viagem recente aos Estados Unidos, presenciamos como os Tesla Superchargers funcionam. Os postos são grandes e dispõem de muitos conectores, além de liberar acesso à internet enquanto os clientes reabastecem seus carros Tesla. A velocidade pode ser de até 250 kWh, dependendo do local.

Além disso, com essa liberação, parte dos US$ 7,5 bilhões do subsídio anunciado por Biden irá para os cofres da Tesla, podendo financiar não apenas a adaptação para o padrão CCS, mas também a ampliação da rede de carregadores. O contraponto? Com mais pessoas usando, a manutenção também será mais cara.

Promessa de Biden dependia da Tesla

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A forte cartada de Joe Biden contra a Tesla tem um motivo simples; a promessa do presidente de instalar 500 mil carregadores de carros elétricos nos Estados Unidos até 2030. Várias empresas anunciaram apoio à medida, obviamente, após saberem que vão receber uma boa parte do subsídio anunciado pelo governante.

Para alcançar esse número, é claro que o maior player de carros elétricos do mundo seria parte importante. Resta saber se essa promessa é palpável. Atualmente, existem pouco mais de 45 mil carregadores nos Estados Unidos.