Tesla terá de responder por "centenas" de acusações de racismo nos EUA
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |

Depois de passar por várias batalhas nos tribunais dos Estados Unidos em 2021 e escapar ilesa no primeiro mês de 2022, finalmente aconteceu: a Tesla está enfrentando um novo processo, mais uma vez sendo acusada de racismo.
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Segundo informações da CNN, uma agência de Direitos Civis com sede na Califórnia impetrou uma ação na Justiça contra a empresa de Elon Musk. A alegação é que a fábrica em Fremont é um ambiente recheado de atitudes racistas.
Kevin Kish, diretor do Departamento de Emprego Justo e Habitação da Califórnia, afirmou que a agência de Direitos Civis recebeu não apenas uma ou duas, mas centenas de acusações de racismo e assédio contra funcionários da Tesla:
“Encontramos evidências de que a fábrica de Fremont da Tesla é um local de trabalho racialmente segregado, onde trabalhadores negros são submetidos a insultos raciais e discriminados em atribuições de trabalho, disciplina, remuneração e promoção, criando um ambiente de trabalho hostil”.
As novas acusações incluem relatos sobre insultos raciais contra funcionários negros, cartazes ofensivos pendurados dentro dos banheiros da fábrica e até mesmo ameaças veladas contra a integridade física, como desenhos de pessoas penduradas em forcas.
Histórico pesa contra a Tesla
A Tesla se defendeu em um comunicado oficial a respeito das novas acusações de racismo que estariam sendo praticadas dentro de sua fábrica, alegando que “se opõe às formas de discriminação e assédio” e que “oferece um local de trabalho seguro, respeitoso e inclusivo”. O histórico, no entanto, joga contra a montadora.
Em 2018, ao menos seis ex-funcionários afirmaram que o ambiente de trabalho na empresa de carros de luxo seguia nada amigável com os trabalhadores que não fossem brancos. A empresa estava respondendo a três processos por discriminação racial na época.
Mais recentemente, em 2021, outro caso. Owen Díaz, ex-funcionário da Tesla, afirmou ter sofrido, junto de outros colegas negros, com apelidos discriminatórios, ordens de “voltar para a África” e até pichações ofensivas ao seu tom de pele nos banheiros e em desenhos espalhados em sua estação de trabalho.
As acusações foram consideradas procedentes por um juiz do Tribunal Federal de São Francisco, que ordenou o pagamento de US$ 136,9 milhões (R$ 710 milhões, na conversão atual) como indenização, sendo US$ 130 milhões por danos punitivos e outros US$ 6,9 milhões por danos emocionais.