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Tesla planeja lançar outro automóvel até 2020

Por| 04 de Dezembro de 2018 às 08h18

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Documentos internos da Tesla vazados nesta segunda-feira (3) indicam que a empresa estaria planejando lançar um novo modelo de veículo até 2020.

O veículo não seria uma produção totalmente nova, mas sim um automóvel baseado no Model 3 com algumas adições e mudanças, como um IP Riser, Console Riser e uma terceira fileira de bancos. Segundo informações levantadas pelo Business Insider, os documentos foram distribuídos entre os funcionários da Tesla antes da empresa revelar os resultados financeiros do terceiro trimestre, o primeiro lucrativo desde 2016.

Perguntada sobre a veracidade dos documentos, a Tesla se limitou a dizer que eles estão desatualizados e as janelas de conclusão dos planos de fabricação não coincidem com as que a empresa está seguindo no momento. A empresa também se reservou ao direito de não explicar quando que aquelas datas do documento foram estipuladas e nem se o objetivo de fabricar o Model Y até o fim de 2020 continuava em voga. Segundo um ex-funcionário da Tesla, os papéis foram distribuídos a todos os engenheiros da companhia para marcar o fim das atividades com o Model 3 e o início dos projetos para o Model Y.

A ideia, segundo os documentos, é que a Tesla conseguisse aumentar sua capacidade de produção de 5.000 carros por semana para 7 mil até dezembro de 2020 na fábrica instalada no estado norte-americano de Nevada. Ainda, a meta para a fábrica da China, que ainda está em construção, é de 5.000 carros por semana até fevereiro de 2021.

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De acordo com Rebecca Lindland, analista da empresa de avaliação automotiva Kelly Blue Book, os números mostrados do documento da empresa estão agressivos e otimistas demais. Ela destaca que a Tesla atingiu há apenas poucos meses a produção de 5.000 Model 3 por semana; por isso, acreditar que conseguirá produzir 7.000 Model Y até 2020 parece ser otimista demais em comparação com os resultados recentes da fábrica.

Não se sabe exatamente como a timeline do Model Y foi modificada, mas diversos especialistas da indústria automotiva acham que a Tesla havia se equivocado com os números do documento que foi revelado. De acordo com esses especialistas, o lançamento de um novo modelo de automóvel no mercado chega a demorar entre três e cinco anos, e a Tesla acreditava ser possível lançá-lo em apenas dois. Além disso, a fábrica da companhia na China ainda precisa ser construída, então é muito otimista achar que em apenas três anos ela já estará produzindo em escala praticamente igual à de Nevada.

Ainda que o novo automóvel seja apenas uma “versão atualizada” do Model 3, mudando a lataria e acrescentando uma nova fileira de bancos, os desafios encontrados pela Tesla para produzir o veículo em massa deverão ser grandes o suficiente para inutilizar a previsão inicial de dois anos para o lançamento.

Por exemplo, ainda que a empresa reaproveite as máquinas utilizadas na montagem do Model 3, ela ainda terá que repensar toda sua linha de produção para criar espaço para a montagem do Model Y. Além disso, há também o fator China: a Tesla ainda tem que erguer um prédio, enchê-lo de máquinas e ferramentas e contratar e treinar os funcionários que irão operá-las. Ela também terá que lidar com as diferenças culturais do país, onde a rotatividade de funcionários é muito maior, o que acaba afetando diretamente na produção.

E, de acordo com pessoas de dentro da empresa, o modelo de expansão da Tesla para a China parece fadado a complicar muito a vida da empresa. Um ex-engenheiro da empresa comentou que os planos de expansão da Tesla parecem os mesmos usados para a fábrica em Fremont, que segundo o CEO Elon Musk tinha um problema tão sério em sua produção que quase chegou a falir a empresa. O mesmo fator é citado por um funcionário da empresa que prefere permanecer anônimo. Ele afirma que parece que a empresa, ao invés de aprender com os erros do passado, está apenas os exportando para a China esperando que dê tudo certo.

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A principal preocupação desses funcionários é os problemas que a replicação desse modelo de produção poderá causar na China, citando como exemplo a falta de espaço de buffer para os automóveis, o que significa que se ocorrer algum problema no final da montagem, a linha toda tem que parar porque não há espaço para ir acumulando os carros. E, de acordo com o ex-engenheiro da empresa, por tudo o que foi passado para eles esse era um problema que não seria corrigido na fábrica da China.

Fonte: Business Insider