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Por que os carros não param de ficar mais caros no Brasil?

Por| Editado por Jones Oliveira | 05 de Fevereiro de 2023 às 11h00

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CC0 Domínio público/PxHere
CC0 Domínio público/PxHere

O mercado automotivo brasileiro teve uma pequena retração nas vendas de 2022 em comparação com 2021. Segundo os dados publicados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Brasil vendeu 1.957.699 veículos (carros de passeio + comerciais leves) no ano passado, queda de 0,85%.

Esse número foi, de certo modo, comemorado pelas montadoras, já que 2022 foi um período em que as empresas seguiram sofrendo com a falta de componentes para a produção de veículos e a guerra na Ucrânia tornou o cenário econômico global ainda mais instável. Isso sem falar nas mazelas sofridas no ambiente doméstico, com as eleições e suas consequências para o mercado.

Quando falamos em preço de carros no Brasil, sabemos que é caro. E vamos além: sabemos que não se trata de apenas um motivo para que os valores sigam aumentando, apesar de alguns cortes de impostos e ligeira melhora econômica no final de 2022.

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Com isso em mente, separamos uma lista com 5 motivos que fazem com que os carros não parem de ficar caros no Brasil.

5. Inflação

O Brasil pode ser considerado um país inflacionário, ou seja, aqui tudo sobe, independentemente de quem esteja no comando do executivo. Raras foram as vezes em que o Brasil teve deflação ao final de um ano, e isso tem a ver com a estrutura da nossa economia e com parte do que chamamos de tripé macroeconômico. Se ele não estiver em equilíbrio, pode ter certeza de que os preços não vão abaixar.

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4. Peças e componentes

Com a pandemia da covid-19, a demanda por componentes e semicondutores cresceu absurdamente, e isso afetou a produção dos carros, hoje lotados deles. Essa produção é espalhada em alguns países, como Taiwan e China, que dominam esse mercado.

Acontece que a alta demanda em outras áreas, como a informática, gerou um desequilíbrio e fez com que toda a cadeia de produção e distribuição fosse afetada. Não foram poucas as vezes em que as montadoras precisaram interromper a fabricação de carros no Brasil nos últimos anos.

A produção diminui, mas a demanda não. E isso, claro, aumenta o preço.

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3. Guerra na Ucrânia afeta insumos

O brasileiro tem mania de reclamar de tudo e não faz análises frias em diferentes situações. Todos nós ficamos chocados com o que está acontecendo com a Ucrânia em seu embate com a Rússia, mas os problemas não são somente no campo humanitário.

A Ucrânia é uma grande produtora de alimentos e, acredite, também fabrica muitos insumos e peças, como os semicondutores. Além disso, com os embargos econômicos sobre os russos, uma série de matérias-primas pararam de vir de lá, como o petróleo, por exemplo. E vocês sabem: do petróleo originam-se outros produtos, como o plástico, por exemplo.

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Resultado: preço dos carros sobem porque os preços dos insumos também sobem.

2. Alta carga tributária

O mercado brasileiro ainda é fechado demais se compararmos com outras praças. Sim, precisamos ter uma indústria forte por aqui e estimular a competição interna, mas isso pode ser perfeitamente aliado com uma abertura para que outras empresas venham e tragam seus carros.

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Mas um fator que contribui para que os carros sejam muito caros aqui é a alta carga tributária. Segundo dados da Receita Federal, os tributos para veículos nacionais variam de 30% a 48,6%, enquanto os os importados são taxados com alíquotas entre 60,6% e 78,6%.

1. Os carros estão ficando cada vez melhores

Um motivo que as pessoas esquecem e que é, talvez, o mais importante deles é que os carros estão cada vez melhores, com a legislação impondo mais obrigatoriedades. Na prática, isso exige mais gastos, que são naturalmente repassados para o consumidor.

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Muito em breve recursos como os controles de estabilidade e tração passarão a ser obrigatórios em carros fabricados no Brasil. E a tendência é que mais itens que visem aumentar a proteção das pessoas sejam incluídos nos veículos em todas as versões, desde as mais baratas.

E isso, claro, gera um custo.