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O que o trânsito causa na saúde mental dos motoristas? Ciência te mostra

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Kaíque Rocha/Pexels/CC
Kaíque Rocha/Pexels/CC

O trânsito nas grandes cidades afeta tanto o tempo quanto a saúde mental de motoristas, pedestres e até ciclistas. É o que explicou Lidiane Silva, psicóloga e psiquiatra, em entrevista à Vida Simples: segundo ela, os congestionamentos causam uma série de efeitos nas áreas do cérebro diretamente ligadas ao estresse. 

Você já deve ter presenciado estes efeitos — basta lembrar da tensão que surge enquanto espera o ônibus ou enquanto dirige para o trabalho. Inclusive, há pessoas em que o estresse é tanto que acabam mudando completamente de personalidade ao assumir o volante. 

Os problemas do trânsito deixam o corpo em um estado constante de alerta, como se estivesse diante de uma ameaça real o tempo inteiro. O resultado, segundo Silva, é a ativação constante do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal no cérebro, que libera hormônios relacionados ao estresse.

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Efeitos no equilíbrio emocional

Em outras palavras, é como se o corpo estivesse o tempo todo em uma situação de “luta ou fuga”. “Esse estado contínuo compromete o equilíbrio emocional, reduz a tolerância à frustração e afeta a memória, a atenção e a tomada de decisões”, afirmou a especialista. Com o tempo, o resultado é um humor mais irritadiço, sintomas de ansiedade e até quadros de exaustão mental.

O barulho do trânsito, composto por buzinas, sirenes e motores, também contribui para o desgaste físico e emocional. “Sons intensos e imprevisíveis aumentam a ativação do sistema nervoso simpático, gerando tensão muscular, aumento dos batimentos cardíacos e irritabilidade”, acrescentou Lidiane. Segundo ela, estes estímulos podem afetar a concentração e causar sintomas físicos que vão da dor de cabeça a distúrbios do sono

Não pense que esses efeitos se restringem aos motoristas, já que pedestres e ciclistas também estão sujeitos a altos níveis de tensão: os primeiros lidam com o risco de atropelamento e calçadas irregulares, e os outros, com a ausência de infraestrutura adequada e a sensação permanente de vulnerabilidade.

Outro fator apontado como prejudicial é a perda de controle sobre o tempo. É que, mesmo quando previsto, o trânsito gera uma sensação de impotência que reforça o esgotamento psicológico. Segundo a especialista, reconhecer esses impactos é o primeiro passo para buscar estratégias que minimizem o estresse urbano, como sair com antecedência e planejar rotas alternativas

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Fonte: Vida Simples