Governo dos EUA inicia investigação sobre acidente fatal com veículo da Tesla
Por Felipe Demartini | 28 de Março de 2018 às 10h29
O governo dos EUA anunciou a abertura de uma investigação sobre o acidente fatal envolvendo um Tesla Model X e dois outros veículos em uma autoestrada de Mountain View, no estado da Califórnia. O caso resultou na morte de um homem, que perdeu o controle do SUV da marca e bateu contra uma barreira lateral.
A principal questão do inquérito está relacionada à segurança de carros desta categoria, principalmente em relação à bateria, que teria sido a responsável por um grande incêndio que tomou conta do carro bem rapidamente. O fogo também seria a causa das colisões adicionais, com uma fumaça preta tomando conta da via e impedindo que os motoristas vissem o que estava adiante.
O caso aconteceu na autoestrada Highway 101, uma das principais vias de tráfego de Mountain View, na manhã do dia 23 de março. A vítima foi Wei Huang, de 28 anos, que chegou a ser levado para um hospital da região, mas morreu durante o atendimento. Testemunhas prestaram os primeiros socorros ainda no local, afastando-o do veículo em chamas com medo de uma explosão.
Os relatos, entretanto, são de horror e relatam que o veículo de Huang se transformou em uma “bola de fogo” assim que atingiu a barreira lateral. Testemunhas apontam para uma combustão na parte frontal do Tesla Model X, justamente onde está localizada a bateria do veículo elétrico. Imagens do acidente mostram a parte da frente do SUV completamente destruída, enquanto tudo o que restou da parte interna aparece queimado.
Não se sabe, entretanto, se o sistema de piloto automático do Tesla estava ativo no momento do acidente. Os carros da marca possuem uma tecnologia que permite ao motorista soltar o volante em vias bem sinalizadas, com uma plataforma de inteligência artificial assumindo a direção. Entretanto, o condutor deve ficar atento à estrada e preparado para tomar o controle em caso de qualquer eventualidade.
Essa é uma das questões que deve ser analisada pela Junta de Segurança do Departamento Nacional de Transportes dos EUA. A Tesla, em breve comunicado, disse estar prestando toda a cooperação não apenas à investigação federal, mas também às autoridades de Mountain View envolvidas no caso. No dia do acidente, inclusive, a empresa enviou um engenheiro ao local para auxiliar na remoção do veículo, prestar esclarecimentos de segurança e iniciar a coleta de dados.
Apesar de ainda não existirem conclusões sobre a responsabilidade das tecnologias da Tesla no acidente, o caso já está sendo comparado a outra colisão fatal, ocorrida em 2016. Na ocasião, o motorista Joshua Brown morreu após bater com um caminhão durante o uso da função de direção autônoma de um Model S, também nos Estados Unidos.
Após investigação, o governo concluiu que a fabricante foi apenas parcialmente responsável pelo acidente, por não inserir avisos de segurança ou indicativos de que a atenção do motorista era essencial mesmo durante o modo de direção autônoma, principalmente após períodos prolongados de uso. Não foram encontrados indícios de mau funcionamento da tecnologia.
Entretanto, o motivo da colisão teria sido a displicência do próprio Brown, que assistia a um filme enquanto trafegava em alta velocidade por uma estrada. O motorista do caminhão também foi responsabilizado por ter invadido a pista sem alertas.
Desde o acidente, a Tesla modificou o funcionamento de seu sistema de piloto automático, reduzindo a velocidade do carro até parar caso o motorista ignore sucessivos avisos de que precisa ficar atento à via. Sinais de inatividade, como a retirada das mãos do volante, também são detectados como indícios de que o condutor não está agindo da maneira adequada.
Fonte: NTSB (Twitter), NBC Bay Area