Gordon Murray T.50: o sucessor do McLaren F1
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
O McLaren F1, superesportivo que teve somente 106 unidades produzidas entre 1993 e 1998, é um dos carros mais cobiçados, velozes e caros do mundo. E o bólido tem no GMA T.50, ou Gordon Murray T.50, uma espécie de “sucessor espiritual”.
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O principal motivo dessa comparação é o engenheiro que dá nome ao supercarro. O sul-africano Gordon Murray tem no currículo não apenas o projeto do McLaren F1, mas também do McLaren MP4/4, que venceu 15 das 16 provas do Mundial de Fórmula 1 da temporada 1988 nas mãos do francês Alain Prost e do eterno ídolo Ayrton Senna.
A construção de um carro que leva seu próprio nome, porém foi ainda mais especial. O número 50 que batiza o modelo simboliza o 50º projeto desenvolvido por Gordon Murray, o primeiro construído exatamente do jeito que desejava — sem interferências externas ou preocupações com os custos.
Como é o Gordon Murray T.50?
O design do Gordon Murray T.50 lembra, à primeira vista, o McLaren F1, mas com vincos mais vistosos no capô, nariz empinado para baixo, para-choque grande, entradas de ar estreitas nas laterais e os charmosos painéis transparentes no teto.
Uma das maiores atrações do sucessor espiritual do McLaren F1, porém, está na parte traseira. Ela conta com uma turbina de 40 centímetros de diâmetro, que se assemelha aos motores de um foguete, gira cerca de 7.000 vezes por minuto (rpm) e move um motor elétrico de 48V.
As portas em estilo borboleta são similares às presentes no F1, que se abrem para o alto e para a frente. Os compartimentos de bagagem, por sua vez, têm duas portas asas de gaivota, e comportam um total de 288 litros.
O supercarro teve a carroceria produzida em fibra de carbono, material que tornou o GMA T.50 um modelo extremamente leve. São apenas 986 quilos, sendo 150 kg do monocoque e dos painéis externos, 178 kg do motor (o V12 mais leve já produzido) e 80,5 kg do sistema de transmissão.
Para se ter uma ideia da leveza do Gordon Murray T.50, ele pesa 153 quilos a menos que o McLaren F1, e é uma tonelada mais leve que um Bugatti Chiron. O supercarro mede 4,35 metros de comprimento, 1,85 m de largura e 1,16 m de altura, além de ter um entre-eixos de 2,70 metros. Segundo o engenheiro, ele é perfeito, pois “um esportivo não precisa ser grande”.
Cockpit de F1
Por dentro, a comparação com o McLaren F1 também é inevitável. A cabine do Gordon Murray T.50 posiciona o motorista — ou melhor, o piloto — em uma posição central, com espaço para outros dois ocupantes atrás, nas diagonais.
Os controles principais ficam posicionados no volante, o console em fibra de carbono à direita e tem na alavanca de câmbio, emoldurada por uma placa de titânio, sua peça de maior destaque.
Gordon Murray faz questão de dizer que o carro não conta com nenhum componente de plástico. Tudo é confeccionado em alcântara, fibra de carbono ou alumínio, inclusive o ponteiro do conta-giros, um dos poucos controles físicos que se sobressai em meio às duas gigantes telas digitais do quadro de instrumentos.
Motor V12 completa a obra de arte
Um supercarro que é apontado como sucessor espiritual do McLaren F1 não pode ter um motor qualquer sob o capô, não é mesmo? Gordon Murray sabia disso, e tratou o propulsor do T.50 como a cereja do bolo do que ele mesmo definiu como “sua obra de arte”.
O Gordon Murray T.50 foi produzido com um propulsor 3.9 V12 aspirado, que produz 663 cv de potência e tem 47,6 kgf/m de torque. O câmbio atrelado ao conjunto mecânico é manual de 6 marchas, e a velocidade máxima declarada pelo fabricante é de 354 km/h.
Apenas 100 unidades do Gordon Murray T.50 foram produzidas, e cada uma delas foi vendida pela “bagatela” de 3,5 milhões (cerca de R$ 17,3 milhões, na cotação de janeiro de 2024).