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A cor do carro influencia na temperatura interna?

Por| Editado por Jones Oliveira | 02 de Janeiro de 2022 às 08h00

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Vinayak Sharma/Unsplash/CC
Vinayak Sharma/Unsplash/CC

Está mais do que provado que, ao vestirmos roupas claras, sentimos menos calor do que quando encaramos o verão com uma camiseta preta, não é? Mas e quanto aos veículos? Será que a cor também influencia na temperatura interna do carro?

A resposta curta e grossa é sim, a cor do carro influencia na temperatura interna dele. E muito. Agora resta entender o porquê disso ocorrer, e a explicação é a mesma tanto para o caso das roupas quanto para os automóveis.

O Auto Vídeos teve acesso aos estudos de duas organizações inglesas, Heat Island Groups e Berkeley Lab, e reproduziu o que os representantes das instituições descobriram após uma sequência de testes.

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A constatação é a de que carros escuros ficam com o interior muito mais quente do que os claros quando expostos ao sol em uma mesma condição.

Um vídeo publicado pelo pessoal do BuzzFeed mostrou o que aconteceu quando um Audi preto e uma BMW branca ficaram estacionados lado a lado o dia todo. O resultado? O Audi ficou 18°C mais quente.

Teste antigo

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A constatação sobre a influência das cores na temperatura interna dos carros é estudada há décadas. Em 1987, a então revista Quatro Rodas, hoje conceituado site do segmento de notícias automotivas, fez um teste com dois Chevrolet Monza.

A reportagem colocou um sedã claro e um escuro estacionados lado a lado, sob o sol escaldante, durante duas horas. O resultado, após a exposição ao calor de 31°C, foi uma diferença de 9 graus entre as temperaturas: 64°C para o escuro, 55°C para o claro.

Por que isso acontece?

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A explicação para o carro escuro ficar mais quente do que o claro é bem simples, na verdade. O que acontece é que o nível de absorção e reflexo de luz solar varia de acordo com a tonalidade da cor, seja no carro, em roupas ou qualquer outra superfície.

No caso específico do BMW e do Audi, a diferença é abissal. Enquanto o carro preto refletiu apenas 5% da luz solar, o branco atingiu 80%. Essa discrepância, claro, acabou resultando na enorme distância entre as temperaturas internas de cada um dos veículos expostos ao sol.

Maria Akutsu, chefe do Laboratório de Conforto Ambiental e Sustentabilidade dos Edifícios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), deu uma entrevista ao site Notícias Automotivas e detalhou um pouco mais a explicação científica para o fato.

Segundo a especialista, um carro com superfície lisa, branco, absorve pouco menos de 20% da radiação solar que incide sobre ele, enquanto um preto pode absorver 95% ou mais nas mesmas condições.

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Consumo também é afetado pela cor e temperatura

Além de ficar com o interior mais quente, um carro de cor mais escura (preto, azul) também tende a gastar mais combustível do que um do mesmo ano e modelo, mas mais claro (branco, amarelo).

O mesmo teste da instituição britânica Heat Island Groups mostrou que um veículo mais claro, por ter ficado com a temperatura mais amena, não precisou utilizar o ar-condicionado em uma potência alta. Por conta disso, gastou 1,1% menos combustível que o carro preto.

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Uma saída para amenizar tanto a temperatura quanto o maior consumo de combustível em carros de cores escuras, segundo os especialistas, é instalar películas do tipo insufilme nos vidros. “Esse fator é mais importante que a influência da cor, pois a quantidade de calor que atravessa os vidros é bem maior”, concluiu.

Com informações: Assobrav, Autovídeos, Quatro Rodas