Carros elétricos: Inmetro agora exige autonomia real dos fabricantes
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) ratificou a decisão anunciada em fevereiro de 2023 sobre a necessidade de as fabricantes de carros elétricos informarem a autonomia “real” de seus veículos.
- Os 10 carros elétricos com maior autonomia, segundo o Inmetro
- Bomba de gasolina com sistema antifraude chega ao Brasil
Segundo o órgão, o que vale para decretar o alcance que cada carro pode rodar com uma carga completa são as normas do PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular) e não mais os padrões internacionais, como o WLTP (Europa), o EPA (Estados Unidos) ou o NDEC (China).
Em suma, a determinação do Inmetro visa aproximar os valores de um cálculo mais realista para o dia a dia do motorista. O PBEV determina que os carros devem ser avaliados segundo o “pior cenário possível” para o motorista, o que causou uma queda média de 30% na autonomia antes declarada pelas montadoras de elétricos.
A mudança anunciada pelo Inmetro veio acompanhada de uma nova portaria que também envolve os parâmetros utilizados para calcular a emissão de poluentes. Registrada na última quinta-feira (25), ela determina que os testes de modelos elétricos sejam feitos com base na ABNT e agora tenham tolerância de 6% (antes era de 8%).
Prazo para as montadoras
O Inmetro determinou que as montadoras de carros elétricos realizem as adequações necessárias e passem a informar os consumidores sobre a autonomia real de seus modelos até o dia 30 de setembro. Isso inclui a alteração dos dados divulgados em propagandas, sites e redes sociais.
Algumas delas, como a Renault, já atenderam às determinações. No site da montadora francesa há a informação de que o Kwid E-Tech, compacto elétrico da marca, é até 7 vezes mais econômico que a variante a combustão e pode rodar até 185 km por carga.
Vale lembrar que, à época do lançamento, antes da revisão pedida pelo Inmetro, a informação era de que a autonomia do Kwid elétrico era de 298 km por carga. A explicação da montadora vem no pé da página do site.
“Valores de autonomia obtidos para o Kwid E-Tech 100% elétrico, no ciclo combinado, seguindo as regras do ciclo PBEV (programa brasileiro de etiquetagem veicular do INMETRO), que considera uma redução de 30% sobre o valor da autonomia obtida em testes de laboratório”.
A Volvo também já modificou o modo como revela a autonomia dos seus modelos em seu site oficial. O Volvo XC40 P8, por exemplo, antes tinha alcance declarado de 418km, agora é de "apenas" 305 km. A versão de entrada do SUV, com motor P6, "perdeu" ainda mais e de 420 km passou para 231 km.