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Carro por assinatura ou financiamento? O que vale mais a pena?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Youngoldman, Unplash
Reprodução/Youngoldman, Unplash

O serviço de carros por assinatura não para de crescer no Brasil e os números são bem empolgantes. Segundo pesquisa feita pela Similarweb em 2021, a busca pelo serviço de carsharing na internet aumentou 56,5% entre abril e maio, com 12 milhões de visitas a 156 sites de montadoras e empresas especializadas — em 2020, no mesmo período, foram 7,7 milhões.

Atualmente, além de locadoras consagradas no mercado, como a Localiza, Unidas e Movida; as montadoras também passaram a oferecer esse serviço e com preços muito interessantes. Volkswagen, Ford, Mistubishi, Fiat, Jeep, Chery, Hyundai e Renault são alguns dos nomes.

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A premissa é sempre ter um carro 0km à disposição, pagando apenas um valor mensal que engloba seguro, IPVA, manutenção e documentação, sem maiores dores de cabeça.

Mas estamos no Brasil e a cultura ainda é de que o carro 0KM é uma conquista, sinônimo de status, e representa o esforço de toda uma vida. Longe de qualquer julgamento, afinal quem é que não gostaria de ter um carrinho para chamar de seu, com todo o conforto e comodidade que ele pode oferecer? Entusiastas à parte, que é outro tipo de público, dá para encontrar quem prefira comprar e quem prefira alugar ou simplesmente fazer uma assinatura anual.

Então como saber o que mais vale a pena? Para ajudar você, o Canaltech simulou a compra de um carro em condições parecidas com as que são encontradas nos serviços de assinatura. A regra é simples: tentar comprar um carro 0km com o mínimo de entrada possível (ou até mesmo sem entrada) e ver se as parcelas, mais o custo mensal com manutenção e documentação, se equipara ao do modelo de assinatura.

Evidente que, ao final do financiamento, o carro é seu e de mais ninguém, e essa é uma vantagem irrefutável. Mas é interessante notar que, diante das peculiaridades de nosso mercado, como a desvalorização abrupta dos automóveis e quase sempre necessária manutenção preventiva, ter um carro e usufruir dele sem preocupações extras é atrativo.

Carro financiado

Fomos até uma concessionária da Fiat em São Paulo para simular uma compra do Fiat Argo Trekking, versão aventureira do hatch compacto da marca italiana. Segundo a simulação feita no local (e depois na internet), a compra do automóvel só pode ser feita com uma entrada de, no mínimo, 10% do valor do veículo.

Com o Argo Trekking custando um pouco mais de R$ 90 mil com um opcional (kit Trekking Plus), colocamos um valor inicial de R$ 9.100 e projetamos o pagamento do restante em 24 meses, período comum entre os planos de assinatura.

O resultado foi o seguinte:

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Em São Paulo, o cálculo do IPVA é de 4% sobre o valor do carro. Logo, se o Fiat Argo Trekking custa seus R$ 90.769, teremos que pagar algo na casa de R$ 3.630,76 de imposto por ano ou R$ 302,56 por mês durante dois anos (em média).

Já o seguro varia muito de perfil para perfil. No caso do repórter, o valor da apólice foi de R$ 3.500 anuais ou 24 parcelas de R$ 291,60. É bom considerar, também, que a desvalorização anual do Argo é de 3,02% ao ano (média).

Portanto, para ter um Fiat Argo Trekking 0km na garagem custaria, por mês:

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Também fizemos uma simulação com outro carro que está disponível para assinatura no mercado brasileiro: o Caoa Chery Tiggo 5X, um dos SUVs compactos mais populares do Brasil. Com boas condições de financiamento, o veículo pode ser adquirido sem entrada, mas com juros um pouco maiores do que o habitual.

A simulação foi feita da mesma maneira que fizemos com o Argo Trekking e o resultado foi o seguinte:

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O Tiggo 5X é vendido na versão única TXS pelo preço de R$ 140.990. Trata-se de um carro bem completo, com câmera 360ª, motor turbo, tecnologias de conectividade e muito conforto.

Seu IPVA no estado de São Paulo custa R$ 5639,60 mil anuais. O seguro, no mesmo perfil cotado para o Argo, é de R$ 4 mil, muito em função de ser um carro de uma montadora que, apesar de realizar todo o serviço no Brasil, traz as peças da China. Sua desvalorização é de 0,86% ao ano.

Com as condições de compra propostas, o custo mensal para ter um Cherry Tiggo 5X 0km na garagem é:

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Vale lembrar que as condições podem variar de acordo com a análise de crédito de cada cliente, bem como o estado e a cidade. Como comprar um automóvel ainda está bem mais em alta do que uma assinatura de veículos, o público sempre será mais afeito a ter o seu próprio carro, já que pagar um valor alto para depois não ficar com o produto pode, em um primeiro momento soar estranho.

Carro por assinatura

Com os planos de assinatura, é tudo bem mais simples. Você vai pagar um valor mensal, atrelar um cartão de crédito para eventualidades como a franquia de seguro, rodar com uma quilometragem limitada por mês e cuidar do carro como se ele fosse seu, lavando, abastecendo e utilizando no dia a dia.

De modo geral, as empresas trabalham de um jeito bem parecido, portanto vamos manter os veículos que já cotamos na compra também para o carsharing. No caso do Argo, o serviço da Fiat é o Flua, que já está no mercado há algum tempo. A simulação também é bem fácil de ser feita e todo o negócio pode ser fechado online.

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Para assinar um Argo Trekking 0km, a cotação foi a seguinte:

Com todos os serviços inclusos, que vão desde o IPVA, seguro e assistência 24 horas, o valor mensal do Argo Trekking no plano de 24 meses e com franquia de 500km ficou em R$ 2.378/mês, podendo variar um pouco mais ou um pouco menos dependendo da cor e do limite de uso mensal.

No caso específico da Fiat e da Jeep, você pode até comprar o carro ao final do contrato, mas com um valor idêntico ao da tabela FIPE, que determina a média de preço de carros usados. O detalhe: você não acumula os valores já gastos na assinatura.

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Já com o Caoa Chery Tiggo 5X, o serviço oferecido pela Caoa é bem parecido com o da Fiat, com exceção feita à compra do veículo, que vai para um concessionário logo após o término do contrato. Nos mesmos moldes, o SUV chinês pode ser assinado deste jeito:

O que vale mais a pena?

Nas simulações que o Canaltech fez, os custos mensais para ter um carro novo, 0km, na garagem foram os seguintes:

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Mas, para determinar o que vale mais a pena em uma aquisição como essa, é preciso considerar uma série de fatores. Financeiramente, não há dúvidas que ter um carro por assinatura é muito mais vantajoso. Além de ter na garagem um modelo 0km do jeito que você quer, não há mais preocupações além da mensalidade e cuidados básicos. O principal contra é que, depois de pagar tudo isso, o veículo não é seu.

Já no financiamento, vale muito mais a pena se você tiver um valor substancial para dar de entrada. Com isso, as parcelas podem ficar bem menores e, ao final de tudo, o carro é seu, mesmo com a desvalorização. Ter aquele carrinho quitado é um sossego imenso, apesar de que os gastos com IPVA e revisões seguem.

Ainda assim, como há público para todos os gostos, existe a possibilidade de a compra ser feita sem um valor inicial de abatimento. Tudo isso vai depender de como seu nome estiver na praça e das suas condições financeiras.

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Ter o carro ou apenas usufruir dele? O que você acha melhor, canaltecher?