Publicidade

Carro elétrico vai pagar extra se ficar na recarga tempo demais

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
Divulgação/Volvo
Divulgação/Volvo

Mais uma taxa começa a ser aplicada a quem carrega a bateria de carros eletrificados em pontos de recarga públicos, os chamados eletropostos: a taxa de ociosidade. O objetivo, segundo empresas que administram os sistemas de abastecimento, é incentivar o uso das estações de "maneira mais consciente".

Na prática, o objetivo é que motoristas de carros elétricos não empatem a estação de recarga após ter a bateria do carro completamente recarregada, deixando a vaga livre para outro carro o mais rápido possível.

Segundo a Tupi Mobilidade, empresa paulistana que administra tanto aplicativos quanto estações de recarga próprias e das fabricantes Renault e BYD, a cobrança começará a ser feita no próximo dia 16 de setembro.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Valor da multa de acordo com local

Segundo a Tupi, a cobrança será feita "por cada minuto extra que o veículo permanecer na vaga após o período de tolerância".

Tanto o custo da taxa de recarga, quanto o período de tolerância podem variar, aponta a empresa, uma vez que são definidos pelos proprietários da estação de recarga, que podem ser prédios, estacionamentos, postos de combustível, supermercados, shoppings, entre outros estabelecimentos.

No comunicado sobre a cobrança da taxa, porém, uma imagem de tela do aplicativo da Tupi indica a cobrança de R$ 1,00 por 11 minutos de ociosidade.

Sobre os custos de recarga, a título de exemplo, eletropostos geridos pela Tupi cobram entre R$ 1,50 e R$ 2,20 pelo quilowatt-hora (kWh) na cidade de São Paulo. Em algumas estações, porém, a recarga ainda pode ser grátis, a critério do estabelecimento.

A potência destes postos costuma variar entre 7 kW e 22 kW, sendo que algumas unidades montadas dentro de postos de combustível da rede Shell oferecem recarga rápida (a partir de 50 kW).

Volvo já cobra desde julho

Continua após a publicidade

A Tupi não é a primeira empresa a cobrar taxa de ociosidade. Em julho, a Volvo anunciou a cobrança de R$ 5/minuto por vagas ocupadas além do período de tolerância, bem como valor extra pela recarga feita por donos de carros elétricos e híbridos plug-in de marcas concorrentes.

Desde o dia 10 de julho o benefício da recarga gratuita só vale para clientes que tenham carros da marca. Para os demais, é cobrada a taxa de conectividade, de ociosidade e, também, por kWh. E o valor não é nada atraente: R$ 4 por kWh.

Aliás, a taxa de ociosidade é paga até mesmo pelos donos de carros da Volvo. Veja os valores cobrados pela empresa sueca:

  • Para não cliente Volvo: R$4,00 (valor kWh)
  • Taxa de conectividade: R$2,50 (cobrança única po recarga, exceto para clientes Volvo)
  • Taxa de ociosidade: R$5,00/minuto (tolerância de 15 minutos e cobrança a partir do 16º minuto)
Continua após a publicidade

Mercado em expansão gera mais cobranças

A questão das cobranças não é uma realidade exclusiva do Brasil e faz parte da lista de obstáculos a serem superados pelo setor automotivo na ampliação da adoção de carros elétricos.

A própria Volvo recalculou seus planos globais, com prazos maiores e metas mais elásticas, inclusive voltando a considerar lançar novos carros com motor a combustão (híbridos).

Tudo por conta de impostos maiores e rede ainda pequena de recarga nos principais mercados globais, inclusive no Brasil, onde a infraestrutura depende quase que exclusivamente de investimento privado.

Continua após a publicidade

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e da própria Tupi, o Brasil conta com 10.622 pontos de recarga "públicos e semipúblicos" instalados até agosto.

Por sua vez, a Volvo afirma que sua própria rede instalada já passa de "100 eletropostos em todas as regiões", com investimento superior a R$ 70 milhões.

Por outro lado, a demanda é cada vez maior. De janeiro a agosto de 2024, o mercado de eletrificados dobrou, ainda segundo a ABVE: foram 109.283 eletrificados emplacados, alta de 123% na comparação com 2023.

De 2012 até agosto de 2024, já são 329.714 eletrificados (híbridos, híbridos leves, híbridos plug-in e elétricos a bateria) vendidos no país.

Continua após a publicidade