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Anfavea discute futuro da eletrificação dos carros no Brasil

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Paulo Amaral/Canaltech
Paulo Amaral/Canaltech

O centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, foi o palco escolhido pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) para sediar o seminário Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil.

Representantes das principais fabricantes de carros do país, executivos das empresas fornecedoras da infraestrutura necessária para impulsionar a transição para uma frota limpa e, também, membros do governo estiveram presentes para discutir, enfim, que rumo o país seguirá de agora em diante.

Ao todo, foram 5 painéis e dezenas de palestrantes envolvidos no processo que tinha um ponto em comum: mostrar ao Governo Federal, representado por Geraldo Alckmin, ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, que já passou da hora de investir pesado no setor.

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O painel inaugural contou com a presença de Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, dos CEOs de Toyota, Renault, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Mercedes-Benz, além do ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. E foi o executivo da Anfavea quem levantou a primeira necessidade para incrementar a eletrificação da frota brasileira:

“Queremos trazer a indústria para Brasília. Mostrar ao poder público o quanto somos capazes de trazer tecnologia de ponta para o Brasil. E só pedimos em troca previsibilidade e segurança jurídica. Com isso, a força da nossa indústria é capaz de mover montanhas, e o setor automotivo, que é responsável por 20% do PIB, pode contribuir para um país melhor”.

Na visão de Lima Leite, esse é o momento mais desafiador da história da indústria automobilística brasileira, mas o país está preparado no que diz respeito à tecnologia de ponta e conectividade. “O que precisamos é trabalhar o custo-Brasil”, ponderou.

Geraldo Alckmin, que esteve no evento representando o presidente Lula, colocou o Governo Federal de portas abertas para conversar e entender o que a indústria automotiva precisa para avançar na busca pela descarbonização da frota brasileira:

"Estamos avançando na questão da economia e a indústria é o nosso desafio. Queremos chegar novamente aos 3 milhões (de carros produzidos por ano), e a reforma tributária ajudará, reduzindo o custo-Brasil e atraindo investimentos. A indústria automotiva é uma cadeia importantíssima e o BNDES vai disponibilizar R$ 5 bilhões ao ano, durante 4 anos, para pesquisa, inovação e digitalização".

Iniciativa elogiada

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A iniciativa da Anfavea de reunir diversos setores para uma discussão pública agradou às montadoras. A reportagem do Canaltech teve a oportunidade de conversar reservadamente com Fábio Rua, vice-presidente da General Motors para a América do Sul. E ouviu do executivo palavras otimistas a respeito do que o futuro reserva após o evento da Anfavea:

“Esse encontro é um marco para o processo de eletrificação brasileira. É a primeira vez que governo e iniciativa privada sentam juntos, em uma mesma mesa, em local público para conversar sobre isso. O governo está aberto e interessado em entender os benefícios da tecnologia elétrica. A gente precisa do estímulo do governo para que possa valer o desejo de eletrificar a rota brasileira. Isso será feito ao longo do tempo, e não do dia para noite”.

Rafael Chang, presidente da Toyota no Brasil, concordou com o executivo da GM e ressaltou que o tema descarbonização e o futuro da frota não podem ser decididos apenas por um lado da conversa.

"Essa é a primeira vez que a discussão reúne todos os setores. A eletrificação é um processo do qual todos devem participar, pois é algo pensado para melhorar a vida dos brasileiros", resumiu.
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