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Recode: projeto capacita jovens para o mercado de TI com o apoio de empresas

Por| 22 de Janeiro de 2021 às 08h40

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Divulgação / Recode
Divulgação / Recode

A pandemia da Covid-19 fez com que muitas empresas precisassem acelerar a sua transformação digital. Com isso, a demanda por profissionais de Tecnologia no Brasil - uma mão de obra escassa e disputada - aumentou exponencialmente. Logo, além da busca por especialistas, muitas companhias viram outra alternativa para solucionar o problema: o investimento na capacitação de jovens, principalmente os de baixa renda, para formar trabalhadores qualificados para o setor.

Com isso, diversas companhias de grande porte passaram a formar parcerias com escolas e entidades especializadas em Tecnologia para formar esses jovens profissionais de TI. E uma delas é a Adyen, plataforma holandesa de pagamentos de ponta a ponta e que tem entre seus clientes no Brasil, o Magazine Luiza, iFood, Microsoft, entre outros.

E para investir nessa capacitação, a Adyen criou uma parceria com a Recode, organização da sociedade civil que promove a formação gratuita de jovens em tecnologia com foco em impacto social e que não apenas não interrompeu suas atividades durante a pandemia, como passou a oferecer mais cursos.

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E para saber como essa parceria vem funcionando, o Canaltech conversou com Jean Mies, presidente da Adyen para América Latina; Anna Paula Colacino, gerente do Recode Pro e Antonia Luciana Pires da Silva, de 24 anos, engenheira de software Jr no Itaú Unibanco e aluna da primeira turma da Recode.

Confirma como foi o papo:

Canaltech: O que levou a Adyen a apoiar a Recode?

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Jean Mies: A Recode é uma organização que surgiu na década de 90 já com o objetivo de promover a inclusão digital da população em situação de vulnerabilidade social. Ao longo do tempo, a organização se consolidou impactando a vida de mais de 1,7 milhão de pessoas, e recentemente lançou um novo programa, o RecodePro.

O curso oferece educação profissionalizante em tecnologia em larga escala a jovens e ajuda-os a entrar no mercado de trabalho pela parceria com diversas empresas. Como uma empresa de tecnologia, a Adyen acredita neste caminho e quer fazer o seu papel para ajudar na inclusão e formação de novos profissionais do meio.

CT - E como a empresa apoia a Recode?

J.M.: Além de apoio financeiro voltado ao programa RecodePro, nós colocamos nossos funcionários à disposição da Recode para ministração de cursos e atividades. Já tivemos colaboradores conversando com os jovens sobre processo seletivo, a importância de equipes multidisciplinares e até sobre os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados no e-commerce. Cada vez mais fica evidente como esse contato agrega tanto para a formação desses jovens quanto para a nossa equipe.

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CT - Olhando para o processo de inclusão social, qual é o papel de empresas como a Adyen?

J.M.: Um dos pilares da cultura de nossa empresa é "Nós fazemos boas escolhas para construir um negócio ético e impulsionar o crescimento sustentável de nossos clientes". Há algum tempo percebemos que era preciso estender essa máxima também para criar ações de impacto social, e como somos uma empresa de tecnologia, a possibilidade de apoiar ONGs focadas em capacitação técnica pareceu bastante acertada.

Além disso, acreditamos que o futuro será totalmente pautado pela tecnologia e o mercado de trabalho necessitará cada vez mais de profissionais com o perfil tech. Pensamos que todos deveriam ter a possibilidade de entrar nesse mercado e que devemos, como empresa, fazer a nossa parte para que isso aconteça.

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CT - Ana, como você analisa a importância de iniciativas como o Recode Pro?

Anna Paula Colacino: O Recode Pro é o programa da Recode que visa a formação e a empregabilidade de pessoas de 18 a 39 anos, em situação de vulnerabilidade social, como programadores full stack. Além do conteúdo técnico, são trabalhadas as habilidades comportamentais, e a metodologia proposta se baseia na colaboração e na construção de projetos para a resolução de problemas sociais.

Em um momento tão adverso, em que a tecnologia ganha força e relevância e faltam profissionais de qualidade na área, o Recode Pro cumpre um importante papel, sem falar no valor que agrega às políticas de Diversidade com Inclusão das empresas parceiras recrutadoras.

CT - Quais foram as dificuldades de manter o projeto durante a pandemia?

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A.P.C.: Apesar de todas as dificuldades advindas da pandemia, que nos fizeram virtualizar toda a formação em virtude do necessário isolamento social, nos reinventamos mais uma vez, como já é praxe na Recode. Neste ano nós propiciamos as condições ideais a mais de 220 alunos para terem aulas e desenvolverem atividades de suas próprias casas.

Toda essa adaptação, que incluiu um ambiente próprio de aprendizagem, uma ferramenta educacional para aulas em tempo real e o fornecimento de equipamentos aos alunos que necessitavam, não só desenvolvemos um novo formato de curso, como aprendemos que o programa poderá ser escalado ainda mais nos próximos ciclos.

CT - Antonia, quando você se formou pelo Recode Pro?

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Antonia Pires da Silva: Tive o privilégio de ser aluna da primeira turma do Recode Pro, que começou em 2019 e foi concluído em março de 2020.

CT - Então, conte um pouco para gente sobre a sua experiência no Recode Pro

A.P.S.: A primeira turma do Recode Pro foi realizada presencialmente e, para não perder a oportunidade, precisei me deslocar entre três casas diferentes, em bairros diferentes, oferecidas por familiares e amigos incentivadores. Era o jeito de conseguir acompanhar as aulas, estudar e trabalhar, já que morava em uma cidade metropolitana do Rio de Janeiro distante do local - e eu vi colegas enfrentarem mais de 3 horas no trajeto para chegar na aula.

Nos primeiros módulos do curso, aprendemos sobre autoconhecimento, mercado de tecnologia, marketing e design aplicado ao negócio. Acredito que, para a maioria, esses conhecimentos realizaram uma grande virada na forma de pensar e ver o mundo, pois conseguimos enxergar oportunidades nada comuns em nosso meio, em nossos bairros e em nossas famílias.

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Em seguida, começamos a respirar tecnologia e trabalhar em grupo. Entre os temas estavam HTML, CSS, Javascript, banco de dados, ferramentas de gestão de projetos (como o Trello), NodeJs, entre outros.

Problemas reais foram distribuídos entre as equipes para que cada uma pudesse gerar uma solução com tecnologia. Eu e meu time, por exemplo, desenvolvemos um site, um aplicativo mobile e até mesmo lançamos a divulgação nas redes sociais. Foi emocionante acreditar em nossa ideia e perceber que as ferramentas de transformação estavam em nossas mãos.

Além disso, me sinto uma pessoa bem melhor após ter essa vivência coletiva que contribuiu muito para minha formação pessoal e profissional. Estávamos juntos em nossas diferenças e vi, no final, a nossa diversidade abrindo as portas de grandes empresas de tecnologia. Nossas vidas mudaram, o Recode Pro fez muito mais do que nos ensinar uma linha de código.

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CT - E além da formação, o Recode Pro agregou mais alguma coisa nesse processo de capacitação?

A.P.S.: Após a formação, eu tive o meu primeiro emprego de carteira assinada. Então quis voltar ao projeto, mas de forma diferente: contribuindo com o conteúdo das próximas turmas e apoiando o hackathon do processo seletivo como monitora. Fiquei feliz com esse espaço, pois pude agradecer na prática e impactar outros jovens, os próximos grandes desenvolvedores.

Para conhecer e se inscrever nos cursos disponíveis na Recode, acesse site da organização e obtenha todas as informações.