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Como o RH da Neoway busca talentos em Big Data, IA e outras áreas de TI

Por| 28 de Agosto de 2021 às 15h30

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Não é exatamente uma novidade que as empresas mundo afora estão disputando a tapa profissionais de tecnologia. Apenas no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), até 2024, 421 mil postos de trabalho serão criados no setor no país. No entanto, os cursos superiores da área formam menos de 50 mil profissionais da área anualmente. Ou seja, falta (muita) gente nesse mercado.

Por isso, as empresas precisam ser cirúrgicas na hora de atrair talentos para os seus quadros. E isso envolve não apenas oferecer bons salários e benefícios, mas também planejamento na contratação, o que envolve um alinhamento entre as áreas de TI e Recursos Humanos. E, nesse último, o setor exige cada vez mais profissionais com conhecimentos específicos para que a seleção de candidatos seja certeira.

E é aí que entra o Tech Recruiter, um profissional de RH especializado na contratação de talentos para a área de Tecnologia. Este especialista consegue entender não apenas as chamadas soft skills, mas também as hard skills (conhecimentos específicos em TI), para que o candidato esteja alinhado com os projetos de transformação digital da companhia.

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E para explicar como funciona o processo de contratação de profissionais para sua área de TI, o Canaltech conversa semanalmente com Tech Recruiters das maiores empresas do Brasil, além de startups. No papo, eles explicarão como todo processo é realizado, quais os perfis mais buscados e como essas companhias atraem — e retêm —esses talentos.

E na edição de hoje, nós conversamos com Jussamara Ferreira, coordenadora de gente e gestão e business partner tech da Neoway  uma das maiores empresas de Big Data Analytics e Inteligência Artificial da América Latina. 


Confira como foi o papo, prepare seu currículo e mãos à obra!

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Canaltech - Atualmente, como está o ritmo de contratações de profissionais de TI pela Neoway? A empresa tem planos de crescimento na área para os próximos meses?

Jussamara Ferreira: O mercado está bastante aquecido o que, por consequência, aumenta também a competitividade para ter os melhores profissionais. A Neoway possui perspectivas de crescimento muito interessantes, fazendo com que a nossa projeção para contratação seja também bastante otimista. Atualmente, temos mantido a média de 30 vagas abertas por mês. Para os próximos períodos, acreditamos que esse número fique entre 45 e 60, sendo que 80% estarão diretamente relacionadas à tecnologia. 

CT - Ao iniciar o processo de contratação de profissionais de TI, como é feito o planejamento entre o RH e a área de Tecnologia da Neoway? Que informações são trocadas entre os dois setores?

J.M.: Conhecer as reais necessidades de cada time é de extrema importância para a área de gente e gestão e, dessa forma, garantimos que todas as ações que propomos estejam alinhadas às necessidades do negócio. Na Neoway, temos a prática de ter um Business Partner (BP) dentro das equipes. Trata-se de um profissional do RH que vive, diariamente, as dores e sucessos dos núcleos de trabalho, sendo especialista naquela estrutura.

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Como BP Tech estou continuamente auxiliando os gestores na estruturação dos times, tanto em relação aos níveis de expertise dos profissionais como, em relação ao perfil e remuneração ideal para as atividades que serão desempenhadas. Mas, acima de tudo, garantindo o alinhamento cultural, pois isso garantirá uma contratação mais assertiva. 


CT - Que conhecimentos o profissional de RH do Neoway hoje tem para selecionar profissionais de TI para os quadros da empresa? Ele tem acesso a algum tipo de curso para poder selecionar com mais propriedade para essa área?

J.M.: As vagas de tech raramente têm aplicação orgânica. Quando anunciamos a oportunidade as candidaturas não vêm espontaneamente. Normalmente, o tech recruiter é quem precisa garimpar os talentos e convidar as pessoas candidatas para nosso processo seletivo. Hoje, nossa equipe é composta por três recrutadores e dois são especializados em tecnologia. Essa especialização vem por meio de horas de dedicação.

Se faz essencial um desenvolvimento técnico, troca de experiências com profissionais da área (engenheiros, programadores, designers, cientistas de dados etc.), ter o conhecimento empírico de onde encontrar os profissionais ideais para aquele tipo de vaga, saber como realizar o aproach e, por fim, o que fazer para retê-los na companhia.

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CT - E o que a Neoway busca hoje, de forma geral, em um profissional de TI? A empresa prefere investir em um profissional mais preparado ou opta por alguém que possa ser moldado dentro da companhia?

J.M.: A Neoway possui alguns objetivos estratégicos de negócio, um deles é o pilar pessoas, que acaba permeando todos os outros. Queremos ter as melhores pessoas altamente engajadas com a cultura de resultados e alta performance. Obviamente, contar com o conhecimento técnico é fundamental. Porém, ter esse perfil cultural é tão, ou mais, importante.  Além disso, buscamos que os nossos colaboradores tenham três comportamentos, que chamamos de comportamento de sucesso que são protagonismo, ousadia e colaboração.

Esses comportamentos são a expressão do nosso manifesto que, por sua vez, é a expressão da nossa cultura. Buscamos identificar esses comportamentos desde a primeira conversa de aproximação, pois todo o processo de desenvolvimento do profissional dentro da companhia vai circular por esses aspectos. A Neoway não tem dúvidas de que seu principal ativo é seu time, por isso temos programas como o Neocareer e Neoperfomance que vão ajudar o colaborar desenvolver sua carreira e promover o acompanhamento dos acordos e alinhamento aos comportamentos de sucessos, respectivamente.

Garantimos que todas as vagas abertas sejam direcionadas prioritariamente para o público interno. Esse ano já tivemos 24 vagas preenchidas com movimentações de colaboradores. Quando não temos dentro de casa as expertises técnicas que precisamos para uma determinada posição contratamos profissionais do mercado. 

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CT - De forma geral, como funciona o processo seletivo de um profissional da área de Tecnologia na Neoway? Por quantas etapas o candidato passa antes de ser contratado?

J.M.: Estamos reestruturando o processo ideal de cada área, pois acreditamos que elas têm suas especificidades. Entretanto, especificamente para as áreas de tecnologia, os passos são:

  • Hunting: garimpar profissionais que tenham o perfil que buscamos e convidá-los para nossos processos. 
  • Pitch: contato com a pessoa candidata para explicar nosso desafio e saber se a pessoa tem o perfil e interesse na posição;
  • Entrevista com o time de gente e gestão;
  • Entrevista e/ou teste técnicos;
  • Entrevista com o time técnico.
  • Entrevista com o gestor da área.

Vale ressaltar que a concorrência na procura por novos talentos está bem alta. Percebemos que se o processo for muito demorado, esse candidato tende a perder o interesse.

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CT - Como a Neoway vem lidando com a escassez de profissionais de TI no mercado? Quais os cuidados a empresa vem tomando para acertar no perfil do profissional contratado?

J.M.: Um ponto importante que temos percebido é que questões tradicionais como VR, VA e até mesmo remuneração têm perdido espaço para aspectos como propósito, desafio, possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional. É um trabalho de mão dupla, onde o candidato ser excelente tecnicamente é importante, mas não é mais tão preponderante. Além de acompanhar o nível de excelência do nosso time, eles têm que ter um fit cultural alinhado com o nosso. Isso é inegociável. O novo colaborador deve acreditar em nossa proposta, processos e na oportunidade que terá na carreira. 

Percebemos que uma remuneração adequada e bons benefícios não são mais diferenciais. Isso porque os profissionais estão buscando cada vez mais organizações que tenham um propósito, em que hajam desafios técnicos, que esses desafios sejam condizentes com sua expectativa de evolução de carreira.

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Lugares onde tenham a oportunidade de trabalhar ao lado de grandes profissionais. Na Neoway estamos criando um ambiente que responde a esses anseios. Além do nosso negócio proporcionar um ambiente tecnicamente fértil, ainda estamos fortalecendo nossa cultura e o desenvolvimento de carreira e cuidando para que todo o novo colaborador tenha fit com o que estamos construindo.


CT - E como a Neoway trabalha com a retenção de talentos em uma área tão disputada e onde o índice de turnover é considerado alto? 

J.M.: A disputa por talentos ficou extremamente acirrada. Mais do que o aquecimento do setor, a concorrência com empresas internacionais que, muitas vezes, propõem salários em dólar ou euro, acaba atraindo os candidatos e faz com que repensemos as nossas práticas. Na Neoway, aplicamos a entrevista de desligamento na hora em que o funcionário está indo embora.

Tem sido muito importante para levantar quais pontos podemos melhorar e tentar fechar essas “portas” de saída. As pesquisas de clima que fizemos, principalmente para nos tornamos uma empresa Great Place to Work (GPTW) também são indicadores importantíssimos nesse processo.

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O desafio consiste em entregar valor para o colaborador, os desafios podem ser técnicos, alinhamento de carreira ou cultural. Além de um importante trabalho de EVP (Employee Value Proposition — geração de valor para o colaborador) estamos fortalecendo nossa cultura dando espaço para nossos comitês Pride (LGBTQIA+), Obá (inclusão e igualdade racial) e Ladies (empoderamento feminino), transformarem nossas mudanças internas em responsabilidades como cidadãos.


CT - Com o trabalho remoto ampliado devido à pandemia de Covid-19, abriu-se espaço para que as empresas contratem profissionais de todas as partes do país. A Neoway trabalha com esse modelo de Anywhere Office? Em caso positivo, ela vale também para profissionais do exterior ou fica restrito ao Brasil?

J.M.: A área de tecnologia já permitia o trabalho remoto e sempre disponibilizamos aos nossos colaboradores ferramentas que favoreciam essa prática. Sendo assim, o anywhere office já era presente, de alguma forma, no nosso dia a dia, mas não como uma diretriz. Com a pandemia, o mundo se abriu. O que era opção, se tornou necessidade e é uma realidade que tende a se manter.

Partindo dessa premissa, hoje nosso colaborador não precisa morar onde temos sede (SP, Floripa e BSB) para fazer parte do nosso time. Podem estar em qualquer lugar do planeta. Temos casos de colaboradores que voltaram para a cidade natal, outros foram morar no exterior etc. Acreditamos que isso é benéfico em vários sentidos. Além do bem-estar das pessoas, amplia ainda mais a diversidade regional interna, o que favorece, entre outras coisas, a criatividade em nosso trabalho. 

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CT - Hoje, qual a remuneração média oferecida pela Neoway nos níveis Júnior, Pleno e Sênior em sua área de TI? Os colaboradores também têm pacote de benefícios?

J.M.: A remuneração que adotamos é bem competitiva se compararmos com o mercado. Além disso, oferecemos um vale para aqueles que preferiram montar seus escritórios em suas casas, temos uma ajuda de custo para o home office, periodicamente realizamos ações que visam a saúde mental dos colaboradores, o nosso plano de saúde que era regional agora é nacional, entre outras iniciativas. O cuidado com o ser humano precisa ser o foco sempre, principalmente, em épocas como a que estamos vivendo.