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Uber é avaliada em US$ 82 bilhões após abertura de capital

Por| 10 de Maio de 2019 às 11h02

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Reuters
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A IPO mais aguardada do ano finalmente aconteceu e, com um cenário econômico turbulento, a Uber iniciou sua oferta pública de ações nesta quinta-feira (9) na faixa mais baixa de sua meta de valorização, atingindo valor de mercado de US$ 82,4 bilhões (R$ 324 bilhões, na cotação atual). A abordagem foi considerada conservadora pelos analistas, tendo em vista a forte queda sofrida pela maior rival da Uber, a Lyft.

É um resultado decepcionante para a IPO mais esperado desde o lançamento do Facebook no mercado há sete anos. A Uber arrecadou US$ 8,1 bilhões (R$ 31,9 bilhões), precificando cada ação a US$ 45 (R$ 177), próximo ao limite da meta de US$ 44 (R$ 173) a US$ 50 (R$ 197).

A abertura de capital, no entanto, ainda representa um momento decisivo para a Uber, que se tornou a maior empresa de transportes do mundo desde o seu início, há 10 anos.

Atritos econômicos e protestos atrapalham

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A maior oferta pública de ações do ano ocorre em meio a um mercado financeiro turbulento, alimentado pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e pela queda do preço das ações da Lyft, 23% abaixo do preço negociado inicialmente no final de março. Além disso, há uma série de protestos dos motoristas que aconteceram no mundo todo, inclusive no Brasil.

A avaliação da Uber na IPO é quase um terço menor do que analistas de investimento previram no ano passado, mas ainda acima de sua mais recente avaliação de US$ 76 bilhões (R$ 300 bilhões).

A IPO, inclusive, estava com excesso de assinaturas, mas a Uber optou por um preço mais baixo para evitar repetir o que aconteceu com a Lyft, que estreou na Bolsa com um preço alto, mas viu seus papéis se desvalorizarem nos dias que se seguiram. A empresa também queria acomodar grandes fundos mútuos, que, ao contrário dos fundos de cobertura, faziam pedidos por um preço menor.

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Assim como a Lyft, a Uber certamente enfrentará questionamentos sobre como e quando espera se tornar lucrativa depois de perder US$ 3 bilhões (R$ 11,8 bilhões) em operações em 2018.

“O Uber é basicamente o Lyft 2.0. Bom modelo, crescimento de vendas. Mas, mais uma vez, aqui vem a matemática da Califórnia. Ainda está perdendo uma tonelada de dinheiro”, disse Brian Hamilton, empresário de tecnologia e fundador da empresa de dados Sageworks. "Se você compra, está comprando um mercado em alta, não uma empresa", acrescentou.

Em reuniões com potenciais investidores nas últimas duas semanas, o presidente executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, argumentou que o futuro da Uber não era como uma empresa itinerante, mas como uma ampla plataforma de tecnologia que molda a logística e o transporte.

A precificação da IPO foi um ato de equilíbrio para a equipe de investidores da Uber, liderada pelos bancos Morgan Stanley, Goldman Sachs e Bank of America Merrill Lynch, para negociar um bom preço, deixando um pouco de vantagem para garantir as ações do mercado.

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A Uber deve começar a negociar na Nasdaq ainda nesta sexta-feira (10) sob a sigla "UBER".

Fonte: Reuters