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BGS 2018 | PUBG Mobile e o que esperar do mercado brasileiro de eSports

Por| 24 de Outubro de 2018 às 21h16

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BGS 2018 | PUBG Mobile e o que esperar do mercado brasileiro de eSports
BGS 2018 | PUBG Mobile e o que esperar do mercado brasileiro de eSports

O fenômeno PlayerUnknown’s Battlegrounds, ou simplesmente PUBG, certamente vai virar objeto de estudo de teses e pesquisas de campo; mas, até lá, é interessante notar seu constante crescimento no mercado de jogos eletrônicos, em especial no de esportes eletrônicos. O sucesso foi tamanho que uma versão mobile do jogo foi lançada e, durante a Brasil Game Show 2018, o game estava sendo mais do que promovido: estava sendo celebrado.

A arena reservada para PUBG Mobile na feira era enorme e estava comportando pelo menos 100 computadores para partidas entre essas pessoas. Além das máquinas rodando o game, obviamente, a versão para dispositivos móveis também podia ser testada gratuitamente, e havia também presenças de jogadores profissionais dos eSports na área e entregas de brindes diversos, ao longo dos cinco dias de evento.

O Canaltech, inclusive, pôde bater um papo com Julio Vieitez, CEO da Level Up e representante da Tencent para PUBGMoible sobre a chegada e as expectativas do game no mercado brasileiro de jogos. “A Tencent foi muito visionária em perceber que as pessoas iam migrar para o mobile em uma velocidade muito rápida”, opinou quando questionado sobre a influência desse segmento no crescimento da empresa.

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Dentre as iniciativas da Tencent, estão apps como o WeChat, enquanto que, nos jogos, sua principal marca é PUBG. “Na parte de games, eles entraram com uma força impressionante”, comentou Julio sobre a companhia chinesa. “Hoje em dia eles têm investimento na maioria das empresas dos principais jogos. Eles têm investimento na PUBG Corp., na Epic Games, na Garena... Eles entraram numa hora boa e bem direcionados, então acho que isso ajudou a alavancar [a Tencent]", disse.

Base de jogadores PC x Mobile

Na Brasil Game Show 2018, o objetivo era oferecer uma boa experiência aos jogadores e entusiastas e para tanto, a Tencent fez uma parceria com a Samsung e a Razer, trazendo aparelhos Galaxy S9 e fones Kraken de modo a aprimorar a imersão do público no conteúdo que estavam testando. A recepção dos visitantes do estande, inclusive, foi sensacional, de acordo com Julio.

“A versão Mobile é muito bem-feita”, explicou o CEO da Level Up. “Quando você joga [PUBG] um [Galaxy] S9 você percebe a capacidade gráfica que ele tem. E, ao mesmo tempo, eles adaptaram também a parte de mira. Eu tinha muita dúvida lá atrás; ‘como que vai ser um jogo como esse no celular?’... Porque a gente tem que mirar, correr, se jogar, prestar atenção nos passos de quem está chegando perto... Enfim, tem muita coisa pra prestar atenção”, explicou Julio. “Mas eles conseguiram fazer um sistema bem legal, deu uma boa otimizada. Ou seja, eles aproveitaram o hardware, que é de celular e melhora a cada ano, mas ao mesmo tempo fizeram algo preparado para a indústria de jogabilidade e para o aparelho celular”, completa.

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O hardware dos celulares, que a cada ano se inova, é, inclusive, o principal precedente para que a base de jogadores de PUBG Mobile aumente cada vez mais no país, seguindo as tendências da Ásia e de outros lugares do mundo em que as plataformas móveis registram grandes números de jogadores. “Enquanto um console leva quatro ou cinco anos para trocar de geração, nesse período um celular já recebeu quatro ou cinco grandes upgrades”, comenta Julio.

A aquisição de smartphones também é um ponto interessante, já que eles se tornaram bastante acessíveis nos últimos anos. “Todo mundo acaba tendo um celular hoje em dia”, afirma Julio. “Algumas pessoas estão mesmo trocando de plataforma, mas mesmo quem não está, muitas vezes experimenta ou joga alguma coisa [no dispositivo móvel], mesmo que já tenha um PC ou um console”, disse.

Perguntamos se Julio acredita que os jogadores irão migrar, largando o PC ou console, ou se irão agregar um sistema a mais jogar. “Eu, como jogador, troquei”, revela, explicando que “Eu jogava apenas no PC e hoje eu só jogo no celular”. A comodidade e o hardware que se renovam todos os anos são ótimos motivos para um gamer migrar ou começar a jogar PUBG no smartphone também, mas esses não parecem ser os únicos motivos.

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“Tem a questão da conveniência”, afirmou Julio, que tem uma filha de cinco anos e a citou em seu exemplo. De acordo com ele, a menina exigiu cuidados e atenção como toda e qualquer criança recém-nascida. Até então, o CEO da Level Up havia apenas jogado no PC, mas depois que a criança nasceu, por conta da falta de tempo, passou a jogar apenas no celular e ficou por lá mesmo.

PUBG Lite e eSports

Julio também nos explicou sobre o PUBG Lite, que está em versão Beta. De acordo com o representante da Tencent no Brasil, existem três características importantes que os jogadores precisam saber. A primeira é o fato de que o game foi feito para ser jogado em 10 minutos; a segunda é que o mapa é menor com apenas 40 pessoas por round; e a terceira é que não é necessário ter um smartphone potente para rodá-lo.

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“A Tencent fez um trabalho muito bom de desenvolvimento [as versões mobile], fizeram várias versões para conseguir melhorar o gráfico até chegar nessa versão do jogo que entrou em Beta”, revelou. O Beta foi aberto em 10 de outubro, e no final deste mês o aplicativo receberá uma grande atualização e será enfim lançado. “A ideia é ter uma opção diferente, um jogo que é um pouco mais rápido do que o PUBG Mobile tradicional”, explica.

“Eu diria que existem três grandes iniciativas agora: uma dessas é o PUBG Lite, a outra é trazer updates para o PUBG Mobile sempre, e os eSports, pois já está rolando o campeonato nacional”, segundo Julio, que também disse que o objetivo é levar uma a equipe brasileira pra Dubai, onde serão sediadas as finais em dezembro. Dentre muitos outros resultados, um dos principais é a proximidade com a comunidade de PUBG durante o torneio, de acordo com o CEO da Level Up.

“Pessoalmente eu acho muito bacana que um jogo que foi lançado agora, que não tem nem seis meses, já está tendo um campeonato nacional que vai levar para um mundial lá fora”, diz Julio, afirmando que este fato reflete a importância do competitivo nos celulares também. Antes, os eSports eram mais focados em PC, mas agora as plataformas móveis parecem estar se juntando ao cenário gradativamente.

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O engajamento dos jogadores em se tornarem verdadeiros profissionais em um dispositivo mobile também é ressaltada por Julio. Afinal, como já comentado, a versão Mobile de PUBG saiu há cerca de cinco meses e já existem competidores tão bons quanto os que participam de campeonatos via PC.

A maneira como a Tencent lida com o público brasileiro de PUBG também pode explicar o grande sucesso do game, seja em sua versão Mobile ou PC. Desde o início de sua chegada no país, a companhia chinesa fez questão de formar uma equipe brasileira para lidar com os jogadores do Brasil. “Todo mundo é brasileiro, não só nas comunidades, mas também no atendimento ao consumidor, que é uma equipe grande e que eram jogadores, então, a gente selecionou pessoas que já conheciam e jogavam. Alguns até era jogadores de eSports mesmo”, revela Julio.

Por serem entendidos do assunto, portanto, a afinidade e proximidade com a comunidade foi inevitável. “É uma galera que entende bastante do jogo, que gosta e acho que isso facilita bastante, acaba refletindo nessa parte da comunidade”. De acordo com Julio, os brasileiros são muito vocais nas redes sociais de PUBG, no sentido de comentar, interagir, dar feedback e derivados, sendo uma das comunidades mais ativas do game.