Veja como a Siri funcionaria se contasse com a inteligência do ChatGPT
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco |

Um desenvolvedor conseguiu colocar a Siri para funcionar com o poder do ChatGPT, a inteligência artificial que impressionou a internet recentemente. Em vídeo, o programador Mate Marschalko demonstrou como a assistente virtual da Apple funciona quando alimentada com tecnologia GPT-3.
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A exibição de Marschalko mostra uma assistente virtual capaz de interpretar interações por voz bem mais naturais (e, por consequência, mais complexas). O desenvolvedor consegue se comunicar sem tantas amarras aos comandos tradicionais, como “acenda a luz”, “marque um lembrete”, “me recomenda filmes”, podendo apenas bater um papo com a Siri.
As respostas da assistente da Apple são igualmente interessantes e naturais, inclusive. O assistente consegue interpretar a vontade do usuário a partir de deduções, como num momento em que Marschalko diz “Notei agora que estou gravando esse vídeo no escuro e no escritório, você pode fazer alguma coisa sobre isso?”, acendendo as luzes do cômodo de pronto.
Todo o processo de integração da Siri com o GPT-3 foi descrito no blog pessoal de Marschalko. O desenvolvedor usou as capacidades da inteligência artificial para desenvolver a integração com base nos princípios de uma assistente virtual capaz de gerenciar uma smart home (interações, formato do retorno das respostas e outras propriedades) e colocou essa estrutura para funcionar.
O projeto, porém, é claramente um protótipo com suas limitações. Como ele mesmo ressalta, cada chamada de API do GPT-3 (comandos, neste caso) custam US$ 0,014, o que pode ficar bem caro caso ele use a Siri com inteligência artificial diariamente. A edição do vídeo também pode ter escondido algumas das falhas do bot, demoras nas respostas ou interações sem contexto.
Como assistentes virtuais devem funcionar?
A ideia de Marshchalko certamente não foi inédita, mas levanta questionamentos importantes sobre o uso de uma assistente virtual. Você prefere um assistente capaz de interpretar falas de forma minuciosa ou um mecanismo que aceita comandos de voz objetivos e sucintos?
Cada um dos formatos oferece vantagens e desvantagens, como o conforto do usuário em saber que existe um mecanismo de IA super inteligente dentro da própria casa, ou estar restrito aos comandos mais básicos.
De toda forma, a flexibilidade introduzida pela IA torna a assistente virtual bem mais interessante para o dia a dia. Por exemplo, o usuário não precisaria se prender a determinadas palavras-chave para acionar comandos específicos ou, quando necessário, poderia utilizar as capacidades de pesquisa do assistente para ter respostas completas sobre temas complexos.
IAs domésticas têm seus perigos
Uma assistente virtual trabalha com uma lista limitada de ações baseadas em entradas do usuário. Tal restrição na quantidade interações possíveis tem seu valor: o programa serve para ajudar no dia a dia e gerenciar a casa, nada além disso.
Uma inteligência artificial como o GPT não é limitada dessa forma e a infinidade de respostas possíveis pode tanto interferir na finalidade da assistente como ter consequências desagradáveis: embora tenha mecanismos de bloqueio, uma IA como a GPT pode interagir de forma racista, misógina ou fornecer informações detalhadas sobre “como construir uma bomba”, por exemplo, mesmo que indiretamente.