Telegram anuncia 7 medidas para conter a proliferação de fake news no Brasil
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco |

Cumprindo exigências do Supremo Tribunal Federal (STF), o Telegram anunciou sete medidas para combater a disseminação de fake news na plataforma. O aplicativo, que teve suspensão de atividades definida para hoje (21), continuará ativo normalmente após ter atendido às demandas das autoridades brasileiras.
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Uma das ações exigidas pelo STF era a nomeação de um representante legal do Telegram no Brasil. O nome escolhido foi o de Alan Campos Elias Thomaz, que a empresa diz ter “experiência em direito e tecnologia” e acesso direto à alta administração, garantindo “capacidade de responder às solicitações urgentes do Tribunal e de outros órgãos relevantes no Brasil em tempo hábil”, pontuou a plataforma em comunicado.
Veja as sete medidas adotadas pelo Telegram para conter a desinformação no Brasil.
1. De olho nos 100 canais mais populares
Das medidas tomadas para conter a disseminação de notícias falsas, o Telegram inicia com o monitoramento manual diário dos 100 canais mais populares do Brasil — estes responsáveis por 95% de todas as visualizações de mensagens públicas do mensageiro no país.
“Acreditamos que essa medida será impactante, pois nos permite identificar informações perigosas e deliberadamente falsas no Telegram com mais eficiência”, explicou o aplicativo.
2. De olho na mídia
Para complementar, a plataforma também fará um acompanhamento manual diário de todas as principais mídias brasileiras. A medida servirá para manter o mensageiro atento ao que falam dele em veículos jornalísticos e redes sociais a fim de identificar discussões públicas quanto à moderação de conteúdo.
3. Denúncia de mensagens com informação falsa
Usuários do Telegram poderão marcar mensagens como “potencialmente contendo informações imprecisas”. A ação não tira a mensagem de circulação, mas exibirá um alerta visível para quem ler o envio inclusive se forem encaminhadas para outros grupos.
“Para melhor identificar essas postagens, estamos estabelecendo relações de trabalho com importantes organizações de checagem de fatos no Brasil, como Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org e outras”, garantiu a plataforma.
Com a medida, o Telegram espera que seja possível marcar publicações específicas como “fake news em potencial” e adicionar links para as fontes corretas de informação, como dessas organizações de verificações de fatos.
4. Restrições para autores de desinformação
Aqueles que forem banidos por espalhar fake news no Telegram terão restrições em postagens públicas. A medida foi implementada pelo app neste fim de semana e já foi aplicada aos autores de canais previamente identificados pelas autoridades brasileiras, como alguns ligados ao blogueiro Allan dos Santos.
5. Termos de Serviço atualizados
Para documentar as novas medidas, o Telegram lançou um contrato de Termos de Serviço revisado. O documento estará disponível para os usuários na próxima grande atualização do aplicativo, cujo lançamento está previsto para as próximas duas semanas.
6. Moderação de conteúdo revisada
O Telegram iniciou uma revisão preliminar das “leis aplicáveis no Brasil” para ajudar no refinamento das estratégias de moderação de conteúdo. A análise, que também se atentou às estratégias de outras empresas de tecnologia (como Meta e Twitter), formou um “plano potencial para ações futuras”, incluindo a capacidade de denunciar publicações como falsas.
7. Informações verificadas em destaque
No combate direto à desinformação, o Telegram conta agora com mecanismos para promover informações verificadas, especialmente aquelas que podem salvar vidas e melhorar a saúde pública, tais como medidas para conter a covid-19. A plataforma poderá enviar um convite para ingressar em um canal oficial verificado para todos os usuários brasileiros.
Até agora, porém, não foram divulgados quais veículos jornalísticos ou de verificação ajudariam nessa tarefa, uma vez que o Telegram estaria “explorando as parcerias certas” para esse recurso.