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Telegram ainda não entrega respostas efetivas à Justiça, informa delegado da PF

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Unsplash/Dima Solomin
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O Telegram ainda não colabora com investigações policiais, afirmou o delegado chefe de divisão de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, Cléo Mazzotti. A autoridade afirma que a plataforma não entrega “respostas efetivas” ao que foi solicitado em perícias do órgão.

“A PF ainda está tentando conversar com o escritório [que representa o Telegram] para alinhavar caminhos, ver qual a melhor forma de encaminhar e ter os pedidos atendidos. O fato é que até o momento não estamos tendo respostas efetivas ao que foi solicitado [nas investigações]”, disse o delegado para a Folha de São Paulo.

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Desde março, o Telegram conta com representantes no Brasil para atender demandas locais. A nomeação aconteceu devido à iminente suspensão do mensageiro no país determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — decisão revertida após as promessas da plataforma.

Segundo Mazzotti, a PF já se reuniu com os representantes do Telegram, mas as respostas obtidas não foram satisfatórias para o prosseguimento das investigações. Nos encontros, o órgão federal chegou a perguntar o que falta para o app conseguir responder às questões, bem como quais limitações técnicas os impediriam de colaborar.

Quais eram as perguntas da PF?

Na conversa com a Folha, a PF não entra em detalhes sobre quais seriam as questões mal respondidas. A ideia, porém, seria estabelecer os tipos de conteúdo que poderiam ser revelados às autoridades, além de quais detalhes poderiam ser compartilhados por pedidos simples, como ofícios.

Recentemente, uma reportagem do jornal alemão Der Spiegel apontou que o Telegram compartilhou informações sobre suspeitos de abuso infantil e terrorismo com o governo alemão. O país teria pressionado a plataforma há algum tempo para auxiliar nas investigações de grupos de extrema-direita e, após certa dificuldade, a convenceu de fornecer detalhes sobre potenciais criminosos.

No FAQ do Telegram sobre o compartilhamento de informações de usuários, o mensageiro esclarece que divulgará endereços de IP e números de telefone caso receba ordens judiciais — até agora, porém, "isso nunca aconteceu", pontua a empresa.

Fonte: Folha de São Paulo