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Siri permite que funcionários da Apple acessem "momentos íntimos" dos usuários

Por| 26 de Julho de 2019 às 19h50

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Nos últimos anos, a Apple tem adotado um discurso que coloca a empresa como uma das poucas que está realmente preocupada com a privacidade de seus clientes, e até mesmo tem “cutucado” empresas como Google e Facebook pela forma como coletam os dados pessoais dos usuários. Mas, apesar de todo o discurso, a empresa ainda possui algumas práticas preocupantes no quesito da privacidade — principalmente no que envolve a assistente virtual Siri.

Uma reportagem do jornal inglês The Guardian publicada nesta sexta-feira (26) revela que empresas terceirizadas responsáveis por fazer o controle de qualidade das interações da Siri têm regularmente contato com informações pessoais sensíveis dos clientes da Maçã, incluindo diagnósticos médicos, atividades criminosas e até mesmo encontros sexuais — assim como já acontece na Amazon e na Google, duas empresas que a Apple constantemente critica por não respeitarem a privacidade de seus usuários.

De acordo com a fonte anônima, os funcionários dessas empresas escutam menos de 1% de todas as ativações da Siri ocorridas naquela região (já que essas empresas estão espalhadas por todo o mundo para efetuar o controle de qualidade em todas as línguas que são suportadas pela Siri) e apenas alguns segundos de cada gravação, mas o mais preocupante é que muitas vezes essas gravações chegam aos operadores acompanhadas de dados como localização em dados de GPS de onde aquela interação aconteceu, e de como entrar em contato com o cliente.

A Apple contrata essas empresas para fazer o controle de qualidade das ativações da Siri porque é importante para ela saber como sua assistente virtual responde a diferentes comandos de voz, mas, como acontece na maioria dessas empresas terceirizadas, os trabalhadores são submetidos a condições de trabalho estressantes e há uma enorme rotatividade de funcionários, então há sempre o receio de que alguém revoltado com o trabalho guarde essas gravações mais “sensíveis” e tente chantagear o usuário para levantar uma grana extra.

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Em resposta à reportagem do Guardian, a Apple confirmou que pode acontecer de essas empresas terceirizadas ouvirem alguma gravação pessoal “sensível”, mas que nenhuma das gravações recebidas por elas estão linkadas a um Apple ID, e que todos os empregados dessas empresas estão sujeitos a acordos muito bem amarrados de confidencialidade que resultará em sérias consequências caso alguém tente utilizar as informações para conseguir ganho pessoal. A empresa também confirma que esses funcionários podem sim ter acesso à localização por GPS do local onde uma ativação foi gravada, mas afirma que isso pode ser evitado desligando os Serviços de Localização para a Siri — ou, se a pessoa não quer correr o risco de algum desconhecido ouvir segundos de sua voz, ela também pode desativar a Siri como um todo no aparelho.

Fonte: The Guardian