/i438754.jpeg)
MPF quer lançamento das Comunidades do WhatsApp adiado para 2023
Em São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) perguntou ao WhatsApp se a introdução das Comunidades pode ser adiada para o início de 2023. O órgão estaria preocupado com os possíveis impactos da funcionalidade na disseminação de notícias falsas no mensageiro, especialmente no período eleitoral.
- WhatsApp Beta agora permite que você altere o idioma do aplicativo
- WhatsApp terá mais privacidade da foto de perfil e do "visto por último" no iOS
Anunciada na quinta-feira (14), as Comunidades do WhatsApp são como “grupões” que juntam vários grupos tradicionais num canal de comunicação comum. Considerando o amplo alcance e a discrição garantida pela criptografia de ponta a ponta, a ferramenta tem altíssimo potencial para servir como atalho para disparos em massa, algo extremamente perigoso quando o assunto é divulgação de fake news.
/i582872.jpeg)
Acordo com TSE
Em um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o WhatsApp se comprometeu a não lançar “mudanças significativas no produto” (incluindo as comunidades) até o fim do período eleitoral de 2022. Para o MPF, porém, isso não seria suficiente “considerando os riscos que um aumento de viralização de conteúdos potencialmente desinformativos pode trazer para os direitos fundamentais de participação política dos cidadãos” por isso o órgão questionou sobre a possibilidade de adiar até o início do ano que vem.
A preocupação da Procuradoria se dá para os eventos que sucedem o período eleitoral — consequências do resultado, posse do presidente e os primeiros momentos dos políticos eleitos. O órgão cita as consequências da desinformação na invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, num dos capítulos finais das eleições do país antes da posse do novo presidente.
/i558416.jpeg)
“Tendo em vista que tal funcionalidade pode ter por consequência, entre outras, uma diminuição drástica dos limites hoje vigentes para encaminhamento de mensagens por seus usuários, e ir na contramão das medidas que essa plataforma listou ao Ministério Público Federal como soluções adotadas para enfrentar comportamentos abusivos de impulsionamento em massa de conteúdo potencialmente desinformativo, uma manifestação a esse respeito pode impactar a avaliação geral da plataforma no âmbito do inquérito cívico público ora em curso”, pontuou o MPF em trecho do despacho.
O Ministério deu 10 dias de prazo para que o WhatsApp responda ao questionamento. A companhia, porém, não se manifestou sobre o assunto até agora.
Cabo de guerra presidencial
O Presidente da República Jair Bolsonaro, por outro lado, criticou a cautela do WhatsApp na liberação das Comunidades, e disse que a decisão seria uma "interferência na liberdade de expressão". Bolsonaro afirmou que iria "buscar o CEO" do WhatsApp para entender o acordo fechado com o TSE.
"Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. Ele vai falar com o representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar [o acordo com o TSE]. Se eles (WhatsApp) podem fazer um acordo com o TSE, podem fazer comigo também, por que não?", complementou o presidente em entrevista à CNN Brasil.
Bolsonaro considera "inadmissível" o WhatsApp abrir uma exceção para o público brasileiro e complementa que o acordo "não vai ser cumprido", considerando as informações que o presidente teria até aquele momento. Para ele, não faria sentido adiar a liberação da ferramenta após o período eleitoral, uma vez que a circulação de notícias falsas não vai parar.
Fonte: Extra
Gostou dessa matéria?
Inscreva seu email no Canaltech para receber atualizações diárias com as últimas notícias do mundo da tecnologia.