Microsoft vai tirar Teams do pacote Office para fugir de multas
Por Bruno De Blasi • Editado por Douglas Ciriaco |
Tradicionalmente, a Microsoft vende licenças corporativas do Office 365 e Microsoft 365 com o Teams embutido. Essa prática, no entanto, será deixada de lado: a empresa começou a oferecer o pacote para empresas sem o mensageiro corporativo. Para ter acesso ao serviço de chat e videoconferência, será preciso contratá-lo separadamente.
A decisão é reflexo das ações antitruste que a Microsoft enfrenta nas últimas décadas. Com a medida, a empresa espera fugir das possíveis sanções, especialmente as multas milionárias e até mesmo bilionárias da Comissão Europeia (CE), o braço legislativo da União Europeia (UE), para combater as práticas anticompetitivas no continente.
Sem Teams no pacote Office
A informação parte da agência de notícias Reuters, em uma reportagem publicada nesta segunda-feira (1º). Com a ação, a empresa torna global a medida para separar os dois produtos que já estava em vigor em países da União Europeia e da Suíça desde outubro de 2023.
“Estamos expandindo as medidas que tomamos no ano passado para desagregar o Teams do M365 e O365 no Espaço Econômico Europeu e na Suíça para clientes em todo o mundo”, anunciou um porta-voz da empresa ao portal.
A empresa também informou que o novo passo responde “ao feedback da Comissão Europeia” e proporciona “às empresas multinacionais mais flexibilidade quando pretendem padronizar as suas compras entre geografias”.
Mais flexibilidade no mercado
O caso atinge diretamente uma das suítes de escritórios mais usadas no mundo, que confere acesso ao Word, Excel e PowerPoint, além de outros programas da empresa, e oferece um serviço de e-mail próprio. Nos últimos anos, a Microsoft incrementou o pacote com a inclusão do Teams para oferecer videoconferência e um chat corporativo sem precisar de outra assinatura.
Se por um lado isso facilita a contratação de serviços — afinal, só precisa de um fornecedor para tudo —, essa prática dificulta que concorrentes prosperem no setor, como o Slack. Aliás, a União Europeia chegou a abrir uma investigação em 2020 depois que a Salesforce, dona do mensageiro rival, registrou uma queixa no Velho Continente.
Contudo, isso não significa que os consumidores serão obrigados a abrir mão do Teams ou nunca mais poderá contratá-lo. Para começar, quem já tem a assinatura e gosta do mensageiro da Microsoft, basta manter o uso sem problema algum.
Afinal, a regra nova é válida apenas para clientes novos, que devem escolher o mensageiro em uma contratação à parte durante a compra do serviço.
Teams por US$ 5,25
A Microsoft também comercializa o Teams sozinho até mesmo para quem não tem o Microsoft 365. Segundo a Reuters, o serviço vai custar US$ 5,25 (cerca de R$ 26 em conversão direta) por usuário, enquanto a assinatura da suíte vai variar de US$ 7,75 até US$ 54,75 (R$ 39 e R$ 275, respectivamente) no exterior.
Os valores no Brasil ainda não foram anunciados — o site brasileiro ainda comercializa os serviços com o Teams embutido. Todavia, como a empresa já vende o mensageiro separado no país por R$ 19,90 por usuário no plano com assinatura anual, o custo não deve variar tanto.
Fonte: Reuters