Google permite que Tinder adote mecanismos de pagamento próprios
Por Igor Almenara | Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Maio de 2022 às 13h41
O Google abriu uma exceção para a Match Group, empresa por trás do Tinder, e ela não precisará mais adotar o método de pagamento da Play Store para compras dentro de apps. Em acordo divulgado em comunicado recente, a dona do Android abriu espaço para que a empresa implemente mecanismos de cobrança alternativo nos seus aplicativos, sem implicar na retirada dos programas da loja.
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Conforme o comunicado, o Google se compromete a não remover apps da Match Group que adotarem métodos de pagamento alternativos e a distribuir atualizações que contenham esses mecanismos. O acordo temporário entrará em vigor a partir de 2023, mas não foram divulgadas previsões para a implementação de ferramentas de cobrança de terceiros.
Nesse meio tempo, a dona da Play Store também prometeu aprimorar certas deficiências do Google Play Billing (mecanismo de pagamento da loja) mencionadas pela Match Group. A extensa lista cita questões como o atraso de recursos novos, a falta de opções para o consumidor final e, principalmente, a cobrança sobre o consumo no app — que, no caso da empresa, é de 30% sobre cada compra ou assinatura.
Google seria anticompetitivo
“A Match Group afirma que as taxas exigidas pelo Google para pagamentos fora do Google Play Billing são ilegais de acordo com as leis federais e estaduais. Atualmente, nenhum outro aplicativo ou produto no Google Play paga ao Google por transações que ocorrem fora do Google Play Billing”, pontuou a Match Group. A empresa acusa a dona do Android de ser “anticompetitiva”.
Devido ao acordo, é possível que as assinaturas do Tinder pelo celular tenham preço equiparado com as ofertas do computador — atualmente, recursos pagos da plataforma no Android têm um preço ligeiramente maior para compensar a fatia que ficava com o Google. Contudo, a empresa ainda não mencionou os impactos práticos da mudança para os consumidores.
O Google e a Match Group brigam na justiça desde o início de maio. A dona do Tinder acusa a violação de leis antitruste federais dos Estados Unidos e estaduais da Califórnia. Enquanto a disputa acontece, a empresa montará um fundo de garantia de até US$ 40 milhões, inacessível para ambas as partes até o acordo definitivo.