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Facebook vai cobrar taxa de quase 50% sobre vendas no metaverso

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Reprodução/Meta
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A Meta (ex-Facebook Inc.) anunciou o modelo de monetização que adotará no Horizon Worlds, sua versão do metaverso. A plataforma tomaria cerca de 47,5% do valor obtido por desenvolvedores na venda de itens virtuais — naturalmente, a novidade não deixou a comunidade nada satisfeita.

A conta é simples: para listar um produto na loja, primeiro o desenvolvedor deveria comprometer os ganhos com vendas em 30% para o Meta Quest Store, a loja de apps dos óculos de realidade virtual da empresa; depois, para colocar o item dentro do Horizon Worlds, será necessário ceder 20% dos 70% restante — portanto, 47,5% no total. As informações foram confirmadas por um porta-voz da empresa ao jornal CNBC.

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Esses itens virtuais, segundo a Meta, seriam roupas, acessórios, efeitos e outros itens incluídos no mundo digital — provavelmente, registrados como tokens não fungíveis (NFTs). Uma vez adquirido o "produto", o usuário poderia equipar o acessório no próprio avatar 3D ou aproveitar experiências em RV criadas por desenvolvedores.

Essa seria uma das maiores comissões sobre vendas em plataformas digitais — superando, inclusive, as cobranças da Play Store (Google) e da App Store (Apple), ambas motivadoras de um acalorado debate no ano passado. A comunidade de desenvolvedores interessados em apostar no Horizon Worlds, portanto, não ficou nada feliz com a garfada de quase 50%.

Apple critica hipocrisia da Meta

Após o anúncio, nem mesmo concorrentes deixaram barato para a decisão da Meta: porta-voz da Apple, Fred Sainz criticou o que chamou de “hipocrisia” da empresa de Mark Zuckerberg. Ele relembrou que o CEO por vezes reclamou das taxas cobradas pela Maçã na App Store.

“A Meta repetidamente mirou a Apple por cobrar dos desenvolvedores uma comissão de 30% em compras da App Store, usando pequenas empresas e desenvolvedores como bode expiatório”, pontuou o executivo ao site MarketWatch. “O anúncio revela a hipocrisia da Meta. Isso mostra que enquanto eles procuram usar a plataforma da Apple gratuitamente, garfam tranquilamente dos criadores e pequenas empresas que usam sua plataforma”, finalizou.

Meta considera taxa “competitiva”

Contudo, na opinião do vice-presidente da Horizon Vivek Sharma, a cobrança seria “competitiva neste mercado”. “Acreditamos que outras plataformas também terão sua participação”, complementou ele em conversa com o The Verge.

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Não se sabe se essa taxa será mantida por muito tempo ou se é uma condição para impulsionar os ganhos nos primeiros momentos do Horizon Worlds. Como é apenas o início da monetização do mundo virtual de Horizon, é possível que a Meta ainda esteja experimentando diferentes modelos para ver qual oferece o melhor balanço entre lucro e a satisfação de desenvolvedores.

Fonte: CNBC, The Verge