Criador do Telegram diz que app precisa de poucos assinantes para se pagar
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 22 de Junho de 2022 às 11h30
O fundador do Telegram, Pavel Durov, disse que precisa apenas de um pequeno número de assinantes pagos para cobrir os custos operacionais do mensageiro. O serviço de assinatura Telegram Premium foi lançado nesta semana e pretende angariar uma receita recorrente para subsidiar o funcionamento do programa, que hoje não conta com propagandas nem monetização direta.
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“A beleza do Telegram Premium é que, se apenas de 2,5% a 3% de nossos usuários se inscreverem para esta assinatura, o Telegram cobrirá seus custos, suportado apenas por seus usuários”, disse o criador em seu perfil oficial na terça-feira (21).
Esta versão de assinatura traz benefícios extras como uploads de arquivos únicos com até 4 GB, downloads mais rápidos, conversão de mensagens de voz em texto e acesso antecipado a recursos em teste. Há também algumas vantagens únicas, como ícones sazonais e exclusivos, reações únicas e mais emojis.
O Telegram é reconhecido mundialmente por prezar pela privacidade e segurança do usuário, tanto que é usado por pessoas perseguidas, ativistas, jornalistas e durante guerras. A maior parte do financiamento vem das empresas do próprio Durov, afinal o programa não foi criado para dar lucro.
Apesar disso, existe um custo fixo com servidores, equipes de desenvolvedores e funcionários para manter o Telegram ativo. O serviço de assinatura é a solução encontrada para que pessoas comuns possam financiar o programa, sem ficar dependente de empresas de terceiros ou grandes anunciantes.
Quantos usuários são necessários para custear o Telegram?
Segundo dados do Telegram, a plataforma tem mais de 700 milhões de usuários e é um dos 10 aplicativos mais baixados no mundo atualmente. Isso significa que o mensageiro precisa de algo entre 17 e 24 milhões (2,5% e 3%) de assinantes para se pagar. Sendo assim, teríamos o seguinte cálculo:
- 700 milhões x 3% = 23,3 milhões
- 23,3 milhões x R$ 24,90 = R$ 580,7 milhões
Ao pegar os 23,3 milhões e multiplicar pelo valor da assinatura (R$ 24,90, no Brasil), o resultado seria algo próximo a R$ 580,7 milhões. Isso pode variar devido ao preço diferente nos países, mas, conforme a afirmação de Pavel Durov, dá para estimar ser este o valor médio mensal necessário para manter o Telegram no ar. Vale lembrar que o programa tem custos operacionais menores que o WhatsApp, por exemplo, porque centraliza as operações em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Embora o criador do app esteja confiante, não dá para negar ser bastante difícil conquistar tantos assinantes assim, principalmente em um serviço gratuito por natureza. É possível haver muita gente disposta a pagar a quantia para ajudar os desenvolvedores, mas a soma atingiria os 24 milhões pretendidos?
A resposta é incerta agora, mas pode ser um novo paradigma na história dos serviços de redes sociais, como o próprio Durov afirmou. Se conseguir fazer o seu modelo de assinatura dar certo, novas portas se abrirão para empresas similares tentarem um modelo autossustentável.
Fonte: Pavel Durov