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Criador do Telegram acusa WhatsApp de vigiar usuários

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 06 de Outubro de 2022 às 14h18

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Reprodução/Jonas Leupe (modificada)
Reprodução/Jonas Leupe (modificada)
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O CEO do Telegram, Pavel Durov, deu uma declaração polêmica sobre o rival WhatsApp. Segundo o executivo, o aplicativo de mensagens da Meta possui brechas propositais usadas para vigiar o usuário.

A fala de Durov está relacionada a um aviso de segurança em emitido pelo WhatsApp em setembro. Na ocasião foram reportadas duas falhas que permitiam a execução de códigos maliciosos remotamente por criminosos. Bastava enviar um vídeo infectado para que outra pessoa pudesse invadir o celular da vítima sem muita dificuldade.

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O mensageiro garante ter resolvido as brechas, mas Durov não parece estar convencido disso. Segundo o criador do Telegram, o app de bate-papo rival apresenta sucessivos problemas de segurança: 2016 (quando implementou a criptografia de ponta a ponta), 2017, 2018, 2019 e 2020 foram anos nos quais falhas similares acometeram o app.

Brechas seriam propositais, explica Durov

Na visão do CEO, é possível afirmar que todo ano uma nova falha grave de segurança será "descoberta", deixando os usuários em risco o tempo todo. “Tais questões dificilmente são incidentais — são backdoors plantados. Se um backdoor for descoberto e precisar ser removido, outro será adicionado”, acusou Pavel Durov.

Ao finalizar seu argumento, Durov disse que não pretende convencer ninguém a mudar para o Telegram. Segundo o executivo, o seu app tem 700 milhões de usuários ativos e recebe todos os dias mais de 2 milhões de novas contas, portanto não precisaria desse tipo de promoção.

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O alerta, explica, é para proteger as pessoas e seus celulares. "Você pode usar qualquer aplicativo de mensagens que desejar, mas fique longe do WhatsApp — ele já é uma ferramenta de vigilância há 13 anos”, concluiu.

WhatsApp e as falhas de segurança

De fato, o Zap vive enfrentando constantes incidentes relacionados à segurança. Em 2020, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, teve o celular invadido a partir do WhatsApp. Na época, o golpe também usou um vídeo contendo um código malicioso que tomava o controle do dispositivo.

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Para quem não é poderoso como Bezos, ter o celular invadido pode não parecer ser grande coisa, mas é preciso lembrar do quão valiosa são as informações pessoais. Os bandidos podem não roubar dinheiro do seu banco, mas poderiam usar suas contas de e-mail, tentar enganar seus amigos ou parentes e ainda fazer uma devassa completa ao obter seu CPF, RG, endereço e outros dados.

Não dá para saber, ao certo, se a intenção de Durov é apenas minar a confiança do seu principal concorrente ou se está mesmo preocupado com a segurança alheia. A verdade é que acusações tão duras vindo de alguém influente sempre faz as pessoas ficarem receosas.

O WhatsApp foca muitos esforços nos últimos anos para apresentar ferramentas de segurança e privacidade. Mas as falhas críticas no código do app normalmente não estão abrangidas em recursos como criptografia de ponta a ponta, proibição de printar a tela ou esconder o seu status online.