App brasileiro de lives aposta em monetização e artistas para bombar
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Setembro de 2021 às 16h08
No início da pandemia da Covid-19, as lives tornaram-se uma frequente para profissionais e artistas, em especial. Sem shows, o jeito era se juntar aos parceiros para tentar faturar alguma grana dos fãs e patrocinadores. Ainda que essa moda tenha esfriado, o fato é que as transmissões online continuam a pleno vapor nos mais diversos segmentos econômicos.
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Foi pautada nessa percepção que desenvolvedores brasileiros criaram uma plataforma chamada Taboom, voltada para a disseminação de conteúdo musical relevante com enfoque local. O app foi concebido durante o isolamento social e pensado para entregar soluções específicas ou aprimorar o que as redes sociais tradicionais não entregam.
Segundo Karl Loriega, um dos fundadores da Taboom, a inspiração é anterior à pandemia, a partir da experiência como diretor digital da ABS-CBN, maior empresa de mídia das Filipinas. "Fui encarregado de buscar novas fontes de receita para a empresa uma vez que plataformas como Facebook, Instagram e Google estavam dominando o mercado de propaganda no Brasil. Identifiquei em paralelo que as audiências queriam ter mais proximidade e interação com seus criadores preferidos", explica o executivo.
O aplicativo oferece a possibilidade de mudar o layout das lives em tempo real, sem interromper a transmissão, além de um interessante programa de remuneração de criadores de conteúdo com gorjetas, ideia parecida com o Tip Jar, do Twitter. O usuário pode carregar um saldo de créditos e enviar moedas para seus artistas favoritos, com valores que vão desde R$ 4,90 (50 moedas) até R$ 22,90 (255 moedas) — novos usuários ganham 200 moedas como presente.
"Não monetizamos com propagandas, como Youtube, Instagram e Twitch normalmente fazem, mas através do envio pelos usuários de presentes virtuais e, muito em breve, da venda de ingressos para lives fechadas. Assim, atuamos num formato mais efetivo e interessante para músicos e criadores em ascensão, que dificilmente conseguem se sustentar nas grandes plataformas, onde precisam de audiências enormes para gerar receita", conclui Karl Loriega.
Já para outro fundador da rede, Bruno Orsini, o objetivo da plataforma é aproximar artistas e produtores de conteúdo do público. “A ferramenta já está proporcionando muitas possibilidades de interação. Por exemplo, os criadores de conteúdo podem fazer quiz e enquetes em tempo real, batalhas de dança e até receitas culinárias, em que o público escolhe os ingredientes que vão ser usados”, explica Bruno, que trabalhou antes como gerente de produto e Business Development do Google, além de Diretor de Produto do Quinto Andar.
O app planeja lançar nas próximas semanas a possibilidade de realizar lives fechadas, com acesso mediante a venda de ingressos. A empresa ainda se diz atenta aos pedidos da comunidade e já traçou um roadmap com as próximas novidades que devem desembarcar no serviço.
Foco em artistas
Entre os famosos que usam o serviço está o ator e humorista Marco Luque, famoso pelos personagens Jackson Five e Mustafary. Por lá, ele interpreta o taxista Silas Simplesmente e o bilionário Ed Nerd, mas outros também devem dar as caras até o final de outubro. Há ainda outros produtores de conteúdo como Gabi Vidigal (Pílula Matinal), Rafael Fantini (Um Café e Um Beat), Zotha (Boteco do Zotha) e Amanda Ramalho (Tarô & Vinho).
Nada será como antes
A plataforma também pretende reforçar sua presença no contexto musical com a série Nada Será Como Antes. Esse projeto deve reunir dez artistas para a produção de cinco músicas exclusivas, criadas em conjunto com o público, até o fim do mês. A ideia é que a iniciativa resulte em canções compostas em duplas, mixadas e lançadas nas principais plataformas de streaming em novembro.
Esses são os artistas que participarão do projeto:
- Tuyo + Dinho Almeida (Boogarins)
- Maria Luiza Jobim + Zé Ibarra
- Helio Flanders (Vanguart) + Jonathan Ferr
- Romero Ferro + Teago Oliveira (Maglore)
- Brisa Flow + Jup do Bairro
Embora tenha enfoque no Brasil, o aplicativo também pode ser baixado por pessoas de outros países, como Estados Unidos e Portugal, servindo como uma plataforma para conectar estrangeiros com a cultura brasileira, mesmo à distância.
A plataforma acumula mais de 10 mil downloads e possui versões para iOS (App Store) e Android (Play Store). Já experimentou o Taboom? Deixe suas impressões e sugestões de melhoria nos comentários.