Google tem acelerado distribuição de atualizações de segurança no Android
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco |
Mesmo que tenha introduzido medidas para minimizar a fragmentação, o Android ainda sofre para uniformizar a distribuição de atualizações de segurança pelo mundo. Contudo, atestando seus avanços durante o Google I/O, o diretor de estratégia de segurança do Android, Eugene Liderman, mostrou que um dos pacotes de segurança trimestrais liberados no começo de 2021 alcançou cerca de 95% dos aparelhos com Android 11.
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Encaminhar atualizações para os celulares Android é um processo árduo que o Google tenta encurtar a cada nova versão: a gigante precisa entender o problema, desenvolver uma correção e enviá-la para as marcas parceiras que, por sua vez, a avaliarão e criarão adaptações para cada um dos aparelhos (na ordem de prioridade que bem entenderem) e só então encaminhar atualizações para o usuário final.
Logicamente, isso também depende do empenho das companhias parceiras — e há evoluções nesse sentido, também. Smartphones da linha Pixel são atualizados direto da mão do Google; celulares da família Galaxy não ficam muito atrás, já que a Samsung garantiu até quatro anos de suporte (pelo menos, em pacotes de segurança) para vários deles.
Google por ela mesma
Quando tal esforço não acontece, o Google precisa tomar as rédeas — mas é necessário criar meios para isso. Uma das soluções elaboradas é o Google Play Protect, uma espécie de antivírus recheada com inteligência artificial que atua dentro da Play Store. O mecanismo verifica diariamente os mais de 100 bilhões de aplicativos da loja de apps do Android, eventualmente barrando a publicação de softwares infectados.
Segundo Liderman, o Google Play Protect impediu 54 mil aplicativos de chegarem à Play Store, enquanto suspendeu 962 mil apps que iam contra as políticas da companhia. Golpes e softwares nocivos ainda existem na Play Store, porém. Não é difícil encontrar milhares de aplicativos que tentam enganar usuários para convencer o download e envolvê-los num esquema de roubo de dados, mas é importante observar a evolução da companhia no controle dessa prática e torcer para que um dia se livre dela.
Do outro lado, há o Project Mainline. No Android 10, a companhia desenvolveu mecanismos de segurança mais “soltos” do sistema, quase como módulos adicionais. A decisão permite que a gigante possa elaborar correções sem que as atualizações interfiram em todo o sistema, melhor ainda: com o envio através da Play Store.
Durante o anúncio do Android 12, o Google não apresentou qualquer medida que pode acelerar a distribuição de atualizações, mas o Google ainda pode ter uma estratégia na manga. Considerando que uniformizar o ecossistema do robozinho é uma das maiores prioridades da companhia, é bem provável que ela continue com o sistema modular, mas a abordagem ainda não foi esclarecida.
Fonte: Android Central