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Criminosos levam 15 minutos para atacar após descoberta de falhas de segurança

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Julho de 2022 às 22h40

Divulgação/Check Point
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Se a recomendação de manter sistemas sempre atualizados, sozinha, não era o bastante, agora ela vem acompanhada de um dado alarmante. Os cibercriminosos podem levar apenas 15 minutos para começarem a explorar uma falha de segurança a partir do momento em que ela é revelada, confiando, justamente, na ideia de que as organizações levarão mais tempo para aplicar as correções em seus sistemas.

O levantamento foi feito pela Unit 42, a unidade de resposta a incidentes de segurança da empresa de tecnologia Palo Alto Networks. Segundo os especialistas, os bandidos realizam um monitoramento constante de boletins, alertas e postagens feitas pelas companhias de defesa digital em busca de aberturas recém-reveladas que podem levar a vias de intrusão.

Um exemplo foi a CVE-2022-1388, brecha considerada crítica que atingiu sistemas de firewall da fornecedora F5. Apenas 10 horas depois da revelação inicial da abertura, em 4 de maio, mais de 2,5 mil tentativas de exploração e pesquisa por sistemas comprometidos foi registrada pelos sistemas da empresa de segurança, com até mesmo criminosos com baixo conhecimento técnico sendo capazes de fazer isso a partir de sistemas vendidos na dark web.

Aberturas que permitam estabelecer persistência ou a execução de código remoto são as preferidas, já que elas, em teoria, podem continuar a ser exploradas mesmo depois que o vetor inicial de entrada foi fechado. Isso vale, principalmente, para os intermediários que vendem acesso a sistemas corporativos, uma via criminosa cada vez mais comum no mundo do cibercrime como serviço.

Criminosos levam 15 minutos para atacar após descoberta de falhas de segurança
Combinação de falhas, conhecida como ProxyShell, foi a mais atingida em ataques que exploram a demora nas atualizações, com Log4Shell e SonicWall completando o ranking (Imagem: Reprodução/Unit 42)

De acordo com a Unit 42, a brecha mais explorada em tentativas rápidas assim é a chamada ProxyShell, que reúne três vulnerabilidades de acesso remoto a redes, ou seja, gera ainda mais demora nas atualizações. Ela aparece em 55% dos casos registrados no primeiro semestre de 2022, à frente da Log4Shell (14%), SonicWall (7%), ProxyLogon (5%) e falhas em sistemas da Zoho ManageEngine, com 3%.

Os e-mails e mensagens de phishing são o vetor preferencial, também por ser o mais simples de se executar de maneira rápida, com 37% dos casos. Depois está o escaneamento de redes em busca de vulnerabilidades, com 31%, seguido de ataques de força-bruta (9%) e credenciais comprometidas em vazamentos, com 6%. O levantamento aponta ainda os trabalhos internos, que contam com a colaboração de funcionários maliciosos e representam 5% dos casos.

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O levantamento da Unit 42 reforça a necessidade de atualizações constantes e, principalmente rápidas, principalmente no caso de grandes organizações, onde esse processo pode ser naturalmente mais complexo e demorado. Os criminosos também sabem disso, com tais corporações também sendo as mais visadas para ataques de ransomware e roubo de dados, por exemplo.

Como alternativas de proteção enquanto os administradores lidam com o problema, os especialistas recomendam o uso de VPN e sistemas de monitoramento de acesso, que ajudam a filtrar conexões desconhecidas. Além disso, é preciso manter os times informados sobre a necessidade de updates e, principalmente, a importância deles, principalmente quando envolverem alguma indisponibilidade de servidores. Como aponta a Unit 42, é melhor passar alguns minutos ou horas fora do ar, por segurança, do que dias ou semanas depois de um ataque.

Fonte: Unit 42