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ONU denuncia reportes racistas e homofóbicos sobre casos da varíola dos macacos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Maio de 2022 às 11h00

geralt/Pixabay
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A Agência da Aids da Organização das Nações Unidas (UNAIDS, da sigla em inglês) alertou acerca de reportes racistas e homofóbicos em relação ao vírus da varíola dos macacos. Segundo o órgão, uma proporção significativa dos casos foram identificados entre homens gays, bissexuais e outras parcelas da população masculina que mantém relações sexuais com o gênero masculino.

A transmissão do vírus, no entanto, ocorreu muito provavelmente via contato físico próximo com infectados pela varíola dos macacos, podendo afetar qualquer pessoa, independente de orientação sexual ou etnia. Segundo A UNAIDS, o retrato dos africanos e pessoas LGBTQIA+ feito em alguns reportes da doença reforça estereótipos e aumentam o estigma dessas populações.

A varíola dos macacos, por ter vindo da África e ter contágio relatado entre populações LGBTQIA+, gerou relatos homofóbicos e racistas recentemente (Imagem: Brian W.J. Mahy/CDC)
A varíola dos macacos, por ter vindo da África e ter contágio relatado entre populações LGBTQIA+, gerou relatos homofóbicos e racistas recentemente (Imagem: Brian W.J. Mahy/CDC)

Problemas de confiança

Até o último sábado (21), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu 92 reportes de laboratório confirmando casos da varíola dos macacos, com 28 ainda suspeitos em 12 países onde a doença não é endêmica, incluindo muitos países europeus, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Em surtos como esse, estigmatizar e culpabilizar estratos populacionais acaba com a confiança e a capacidade de responder de forma efetiva, segundo o diretor executivo da UNAIDS, Matthew Kavanagh. Retóricas de estigmatização, diz ele, prejudicam respostas baseadas em evidências e aumentam o medo da população, afastando o povo de serviços de saúde e impedindo esforços para identificar casos, gerando medidas punitivas e ineficazes.

No último domingo (22), foi relatado um caso suspeito em Buenos Aires pelo Ministro da Saúde argentino. Israel e Suíça também dizem ter identificado pessoas infectadas que viajaram para o exterior, além de casos suspeitos no primeiro país. No Reino Unido, há relatos de transmissão comunitária, ou seja, entre pessoas que não viajaram e onde não se sabe a origem do vírus.

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Ainda não há um tratamento específico para a doença, mas a vacina contra a varíola tradicional pode ser utilizada para mitigar o contágio, e os sintomas costumam desaparecer entre duas e quatro semanas após seu surgimento. A doença é considerada endêmica em 11 países africanos.

Fonte: ONU