COVID-19 | Nova candidata a vacina será testada no Brasil
Por Nathan Vieira | 14 de Setembro de 2020 às 18h40
Com a pandemia se mostrando cada vez mais motivo de preocupação, inúmeras instituições ao redor do mundo estão se dedicando a desenvolver uma candidata à vacina contra a COVID-19. Com base nisso, nesta quarta-feira (9), o laboratório brasileiro Dasa anunciou nesta quarta-feira, 9, uma parceria com a empresa americana Covaxx para o desenvolvimento de uma candidata. A parceria significa que a nova proteção vai ser testada nas fases 2 e 3 no Brasil até o fim deste ano.
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A vacina é baseada em uma tecnologia que utiliza peptídeos (moléculas formadas por cadeias de aminoácidos) para reproduzir uma parte do coronavírus e induzir no organismo a resposta imune à doença causada pelo patógeno.
De acordo com Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, depois dos resultados de fase 1, a ideia é submeter o protocolo das fases 2 e 3 para os órgãos regulatórios no Brasil: Anvisa e Conep. Os estudos de fase 2 e 3 têm como objetivo medir a eficácia e a segurança do imunizante. Gustavo ressalta que o nível de anticorpos gerado é 400 vezes maior do que o observado no plasma convalescente de doentes recuperados da COVID-19.
Além de participar da parte operacional dos testes, a Dasa irá patrocinar os estudos ao lado de outras quatro empresas brasileiras: Mafra, MRV, Localiza e Banco Inter. Juntas, elas doarão R$ 30 milhões para a realização da pesquisa. Os voluntários serão monitorados por um ano, e para avaliação da segurança do produto, os participantes serão acompanhados por até dois anos. Segundo a própria Covaxx, serão fornecidas 10 milhões de doses para a Dasa e Mafra para distribuição no mercado privado brasileiro.
Vacinas contra COVID-19 no Brasil
A fórmula da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech também está sendo testada por voluntários brasileiros pelo Instituto Butantan, em São Paulo. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, já compartilhou a previsão de que serão entregues 45 milhões de doses da vacina CoronaVac para o SUS (Sistema Único de Saúde) até dezembro deste ano.
Enquanto isso, no país também há um acordo entre o governo do Paraná e a Sinopharm para que os testes do imunizante sejam realizados na região e também para que, posteriormente, haja o compartilhamento da tecnologia.
Vale lembrar que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode começar a distribuir a vacina contra a COVID-19 em dezembro deste ano, caso os testes finais se mostrem efetivos para evitar a propagação da doença. A vacina vem sendo desenvolvida no Rio de Janeiro em parceria com a Universidade de Oxford e, até o momento, é uma das mais promissoras entre as mais de 140 fórmulas que vêm sendo criadas no mundo todo.
Fonte: O Estado de S. Paulo