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6 lições que o filme do Lanterna Verde tem que aprender com Top Gun: Maverick

Por| 09 de Agosto de 2023 às 14h30

DC Comics
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Top Gun: Maverick é até agora a maior bilheteria dos cinemas no ano. A ação aérea, que traz de volta um dos mais famosos personagens de Tom Cruise — e da própria cultura pop —, é a maior bilheteria do ano, com mais de US$ 800 milhões (R$ 4,3 bilhões) em todo o mundo, superando o blockbuster marvete Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. O filme é uma das raras exceções em que a sequência é tão boa (ou até superior) que o primeiro longa, de 1986. E, curiosamente, ensinou algumas lições que a Warner Bros deveria ter aprendido antes de produzir a fracassada adaptação Lanterna Verde, de 2011.

Como sabemos, a história que trouxe o Lanterna Verde Hal Jordan na pele de Ryan Reynolds não conseguiu transmitir exatamente por que o personagem é um dos mais queridos dos fãs de quadrinhos. Com uma trama preguiçosa, o roteiro tentou incluir muita coisa que não foi bem resolvida e acabou se perdendo em sequências estranhas, que nos gibis até funcionam, mas que nas telonas deveriam ter sido melhor pensadas — como o fato de o herói sair de uma lanchonete no meio da noite, ir para o centro do universo e voltar para dormir em casa como se estivesse dando um rolezinho no bairro. Além disso, as cenas de ação e combates aéreos deixaram bastante a desejar.

A vida como piloto de testes é uma parte importante na construção do personagem. A jornada do impulsivo e temperamental Hal Jordan tem a ver com o aprendizado sobre como enfrentar seus medos e superar a dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Os ambientes disciplinados das Forças Aéreas e da corporação policial intergalática dos Lanternas Verdes são muito ricos e interessantes para a evolução do herói.

Hal Jordan sempre foi ligado aos combates aéreos e sua vida como piloto de testes, assim como Maverick (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Hal Jordan sempre foi ligado aos combates aéreos e sua vida como piloto de testes, assim como Maverick (Imagem: Reprodução/DC Comics)

E, curiosamente, Top Gun: Maverick traz tudo o que faltou no filme do Lanterna Verde. Abaixo, listamos seis coisas que a DC Films precisa aprender quando quiser realmente trazer Hal Jordan de volta para o cinema do Universo Estendido DC (DCEU, na sigla em inglês).

Talentoso, impulsivo e solitário

O Lanterna Verde Hal Jordan, assim como Maverick, tem dificuldade com disciplina e autoridade (Imagem: Reprodução/DC Comics)
O Lanterna Verde Hal Jordan, assim como Maverick, tem dificuldade com disciplina e autoridade (Imagem: Reprodução/DC Comics)
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Todo mundo que conhece Hal Jordan, sabe que uma de suas principais características é ser tão impulsivo quanto habilidoso. Em muitas situações isso o torna o mais corajoso e audacioso Lanterna Verde da Tropa — há várias histórias em que ele descobre coisas que ninguém mais sabia, justamente porque nunca tinha tido capacidade ou bravura suficiente para isso.

Contudo, esse comportamento às vezes acaba o levando a fazer algumas decisões duvidosas, o que acaba afastando as pessoas que ele ama; e muitas, muitas vezes, provoca sua expulsão da Tropa dos Lanternas Verdes.

Maverick também age de maneira parecida no filme, e uma das principais semelhanças com Hal Jordan já aparece no começo do longa, em que ele desafia os limites ao tentar bater a marca de pilotar a mais de 10 vezes superior à velocidade do som — o famoso Mach 10.

Manobras aéreas reais

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Top Gun: Maverick tem sequência impressionantes com caças F-18 (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)
Top Gun: Maverick tem sequência impressionantes com caças F-18 (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)

Um dos aspectos mais impressionantes de Top Gun: Maverick são as manobras aéreas, que, embora não tivessem os atores realizando as proezas, quase tudo ali foi gravado sem o uso de efeitos especiais. O resultado ficou tão verossímil que vê-los no ar passa a impressão de que a realidade não seja tão diferente daquilo — e os próprios pilotos de verdade já disseram isso ao assistir ao longa de Tom Cruise.

O filme Lanterna Verde, de 2011, até flerta com algum tipo de ação aérea, mas isso acontece muito rapidamente. E, comparadas com as cenas de Top Gun: Maverick, as que foram protagonizadas por Ryan Reynolds parecem coisa de parque de diversões. Ou seja: se Hal Jordan voltar para as telonas, seria importantíssimo a DC Films pensar em algo semelhante ao filme de Tom Cruise para as sequências no ar.

Elenco de primeira escolhido a dedo

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Tom Cruise está rindo sozinho, porque Top Gun: Maverick arrecadou mais de US$ 800 milhões na bilheteria do cinema mundial (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)
Tom Cruise está rindo sozinho, porque Top Gun: Maverick arrecadou mais de US$ 800 milhões na bilheteria do cinema mundial (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)

Tom Cruise caprichou na escolha dos atores que seriam seus colegas de trabalho em Top Gun: Maverick. Miles Teller é um dos melhores de sua nova geração, e ficou perfeito no papel do filho de “Goose”, o ex-parceiro de Maverick, que morreu no primeiro filme de 1986; Glen Powell é o contraste ideal para o personagem de Teller, como seu rival na academia; Monica Barbaro traz a presença feminina que não havia no longa original entre os pilotos; e Jennifer Connely faz até os nostálgicos esquecerem a Charlie de Kelly McGillis.

Lanterna Verde até tinha atores de primeira, a exemplo de Blake Lively, Peters Sarsgaard, Mark Strong, Tim Robbins e Angela Basset, além do próprio Ryan Reynolds. Mas faltou química entre muitos do elenco — talvez por conta do roteiro, que não ajudava muito também. Escolher pessoas a dedo, que possam interagir com tanta energia como em Top Gun: Maverick, é essencial para um filme de Hal Jordan.

Conflitos e superação pessoal

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Assim como Maverick, Hal Jordan precisa lidar com suas limitações e medos (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Assim como Maverick, Hal Jordan precisa lidar com suas limitações e medos (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Um dos aspectos mais interessantes de Hal Jordan reside no fato de que ele precisa muito mais lidar com seus próprios sentimentos do que exatamente com os inimigos, para conseguir vencê-los. Superar a solidão e a morte do próprio pai faz parte de sua jornada. Jordan mostra que não é destemido; pelo contrário, ele tem medo como todo mundo. Mas enfrentar é o que o torna especial.

Em Top Gun: Maverick também vemos o protagonista de Tom Cruise tendo que superar coisas do passado que o assombram até os dias atuais. E isso também envolve ser mais falível em seus relacionamentos amorosos, assim como mais compreensivo com a nova geração de pilotos. Embora Lanterna Verde tenha tocado nesses assuntos, tudo foi muito raso no filme de Ryan Reynolds.

Rivalidades que viram respeito

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A competição entre os personagens de Miles Teller e Glen Powell é um dos pontos altos de Top Gun: Maverick (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)
A competição entre os personagens de Miles Teller e Glen Powell é um dos pontos altos de Top Gun: Maverick (Imagem: Reprodução/Paramount Pictures)

Uma das coisas mais legais de Top Gun, seja no antigo ou no novo, é ver que duas pessoas extremamente competitivas e talentosas, mesmo sendo rivais, talvez não se tornem as melhores amigas, mas podem nutrir muito respeito uma pela outra. Isso aconteceu no passado entre Maverick e Iceman (vivido por Val Kilmer), e, no novo, ocorre ente Rooster (Miles Teller) e Hangman (Glen Powell).

Nas tramas de Hal Jordan, ele também tem pilotos rivais nas Forças Aéreas dos Estados Unidos; e na própria Tropa dos Lanternas Verdes ele tem vários desafetos, principalmente por conta do que ele fez na época em que era o vilão Parallax. Ter algo na linha “rivalidade que vira respeito” é algo que os fãs do Lanterna Verde esperam em uma próxima adaptação.

Legado

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Top Gun: Maverick fala sobre algo muito comum nas tramas dos Lanternas Verdes: o legado (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Top Gun: Maverick fala sobre algo muito comum nas tramas dos Lanternas Verdes: o legado (Imagem: Reprodução/DC Comics)

O lado mais emocionante de Top Gun: Maverick está na relação que o protagonista de Tom Cruise tem com o Rooster de Miles Teller. Ele é o filho de um amigo que morreu em combate no primeiro filme, algo que Maverick se sente culpado e o afasta de Rooster. Mas, com o tempo, e com o conselho do amigo de “velha guarda”, o Iceman de Val Kilmer, Maverick passa a entender que não é mais sobre ele; e sim sobre o legado, a nova geração.

A Tropa dos Lanternas Verdes trabalha muito em direção ao legado, que está no próprio DNA da DC Comics. Assim como os Gladiores Esmeralda, a editora tem vários Flash, a Batfamílias, os seguidores de Superman, entre outros, que também se preocupam em treinar e deixar a mensagem clássica de seus ideais para as próximas gerações.

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Lanterna Verde até toca no assunto, mas torna tudo muito complicado, querendo explicar décadas de mitologia em um filme de menos de duas horas. O ideal seria ter focado mesmo na construção de Hal Jordan e introduzir a ideia do legado, que poderia ser então desenvolvido em mais filmes e na TV — algo que deve acontecer direito com a nova série dos Gladiadores Esmeralda no HBO Max.