Uber é acusada de coletar mais dados do que deveria de motoristas na Europa
Por Wagner Wakka | 20 de Julho de 2020 às 23h30
Motoristas de Uber estão processando a empresa na Europa, sob alegação de que a companhia está coletando mais dados do que deveria deles. Segundo o processo na justiça de Amsterdã, a empresa está ferindo o General Data Protection Regulation (GDPR), conjunto de regras que regulamentam coleta de dados na região.
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Os motoristas ainda encontraram um agravante para o porquê a Uber estaria coletando seus dado: o objetivo seria usar as informações para aprimorar sistemas automáticos de manutenção ou exclusão de um motorista da plataforma.
O processo pede acesso mais transparente como os algorítimos da companhia coletam e usam os dados dos motoristas para sistemas automatizados. Ainda, segundo a GDPR, a companhia precisa oferece uma ferramenta para que os motoristas possam controlar e verificar quais informações estão sendo coletadas e usadas, bem como ter uma ideia do todo de conteúdo registrado sobre seus comportamentos.
Apesar de o processo correr em corte holandesa, o documento veio de quarto motoristas integrantes da App Drivers & Couriers Union (ADCU), um sindicato de trabalhadores de aplicativo do Reino Unido.
Questões trabalhistas
A quantidade de dados que a empresa coleta também poderia ajudar a agravar questões difusas relacionadas a relações trabalhistas. Atualmente, um motorista de aplicativo funciona de forma independente da Uber, ou seja, não é um funcionário da empresa.
Um dos argumentos da Uber para autonomia da relação de trabalho se baseia exatamente na autonomia do que o motorista tem de escolher quanto trabalha ou não. A questão, segundo a acusação, é de que ao usar os dados dos colaboradores para um sistema de decisão automatizado, a Uber estaria restringindo a liberdade dos motoristas, estreitando a relação trabalhista. Atualmente, a companhia desativa a conta de um motorista se a avaliação cai abaixo de 4,5/5.
Em resposta ao site Venture Beat, a Uber informou que mantém contato com os motoristas para explicar como e quais dados estão sendo usado e armazenados. “Vamos dar explicações quando não pudermos oferecer algum dado, como quando este dado não existir ou se infringir os direitos de outra pessoa sob a GDPR. Pela lei, indivíduos tem o direito de levar suas preocupações ao Data Protection Officer da Uber ou à sua autoridade nacional de proteção de dados para adicionais revisões”, rebateu a empresa.
Fonte: Venture Beat