Supercomputadores vs Computadores Quânticos
Por Stephanie Kohn | 11 de Setembro de 2018 às 11h35
Na semana passada, o Canaltech foi convidado a participar de um briefing para clientes realizado pela IBM. Tivemos a oportunidade de conhecer melhor como algumas das tecnologias mais promissoras da empresa funcionam, entre elas, a computação quântica.
Durante a apresentação, que aconteceu no escritório da empresa, em Nova Iorque (EUA), Chris Schnabel, gerente do IBM Q (a divisão que cuida dos produtos vinculados à computação quântica), respondeu diversas perguntas dos clientes e esclareceu dúvidas recorrentes.
As principais questões giraram em torno do potencial da computação quântica: é mais veloz que o supercomputador? consegue processar mais dados que os computadores atuais? Grande parte das perguntas sugeriam uma comparação entre duas tecnologias, mas o executivo ressaltou que o supercomputador e o computador quântico não necessariamente são comparáveis.
“A questão sobre a computação quântica não é se ela é mais veloz, mas se ela pode resolver problemas que a computação tradicional não consegue, porque a lógica envolvida no quântico é um imenso paralelismo em que geramos inúmeras possibilidades de combinações e aquela com maior probabilidade é a resposta do meu problema”, comentou.
Ele ainda lembra que em termos de dados, o supercomputador é muito mais eficaz, já que o computador quântico não foi feito para Big Data, por exemplo. “Não se trata de um sobrepor o outro, mas se complementar. Uma grande área de pesquisa atual é como o supercomputador e o computador quântico vão trabalhar juntos, como irão se comunicar, já que um não faz o que o outro faz”, explicou.
IBM Q
Dentro da IBM, a tecnologia quântica teve dois grandes momentos, o primeiro quando as evoluções físicas para a criação do computador se tornaram possível, e o segundo quando colocaram a experiência de um computador quântico na nuvem.
“Tudo o que criamos até então é incrível, mas precisamos extrair real valor disso para os negócios e as ciências. Acredito que em dez anos, a CQ estará em múltiplas indústrias. Mas quando teremos o primeiro caso de uso de extração de valor é especulação, pode ser em 3 anos, em 5 anos…”, disse Schnabel.
Atualmente a IBM tem 3 frentes de Computação Quântica em andamento e já rodando: a IBM Q Experience, que permite criar algoritmos em um computador quântico via a plataforma de nuvem da empresa; QISkit, um programa para desenvolvedores explorarem a CQ usando inteface Python e o IBM Q Network, a máquina quântica.
Vale lembrar que a Big Blue também possui um supercomputador. A máquina, chamada de Summit, pode atingir capacidade de processamento de 200 petaflops por segundo - medida que registra a quantidade de operações matemáticas que uma computador consegue fazer em um determinado espaço de tempo.
*A jornalista viajou a Nova Iorque (EUA) a convite da IBM.