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Baterias de carros elétricos ficam mais seguras conforme envelhecem, diz estudo

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Maio de 2021 às 17h40

Reprodução/Rawpixel (Envato)
Reprodução/Rawpixel (Envato)
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O ditado popular diz que quanto mais velho o vinho, melhor. Agora são os cientistas que afirmam que as baterias de carros elétricos mais rodadas ficam melhores com tempo, pelo menos quando o assunto é a segurança. Os estudos feitos por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, demonstraram que quanto mais antiga é a bateria, menor é o perigo que ela representa.

Os testes foram realizados em células de energia de lítio que equiparam veículos elétricos nos últimos quatro anos. "O desempenho das novas células de bateria é amplamente conhecido, por isso lidamos com todo o ciclo de vida para ter certeza dos resultados”, diz o gerente do projeto, Christian Ellersdorfer.

Os pesquisadores analisaram todos os cenários possíveis que uma bateria pode enfrentar ao longo de sua vida útil. Das acelerações repentinas e vibrações causadas por buracos e lombadas até os acidentes mais graves ou situações de carregamento e descarregamento constantes, tudo foi levado em conta para estabelecer o nível de segurança das baterias com o passar do tempo.

Os testes foram feitos com baterias de carros elétricos que foram usadas por quatro anos (Imagem: Divulgação/Tesla)
Os testes foram feitos com baterias de carros elétricos que foram usadas por quatro anos (Imagem: Divulgação/Tesla)

Envelhecendo bem

Durante os testes, os pesquisadores descobriram que as acelerações e vibrações que ocorrem no dia a dia, não afetam o comportamento nem o desempenho das baterias ao longo do seu ciclo de utilização. Já carregamentos e descarregamentos constantes causam mudanças mecânicas e elétricas significativas, diminuindo o tempo de vida útil.

“Essas mudanças não significam necessariamente que as baterias se tornem mais perigosas com o tempo. Pelo contrário. A soma das influências externas torna as células mais seguras com a idade porque isso faz com que elas percam energia elétrica”, explica Ellersdorfer.

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Isso mostra que as baterias com capacidade energética reduzida possuem menor fuga térmica em caso de curto-circuito interno. Com o potencial de energia mais baixo em células mais antigas, a probabilidade de incêndios acidentais é muito menor do que nas baterias mais novas.

Baterias de lítio ficam mais seguras com o passar do tempo (Imagem: Reprodução/Envato)
Baterias de lítio ficam mais seguras com o passar do tempo (Imagem: Reprodução/Envato)

Melhor idade

Com os resultados desse estudo, a indústria automobilística poderá prever o comportamento das baterias durante sua vida útil, permitindo a implantação de projetos mais econômicos e com uma eficiência energética muito maior. “Até hoje tudo o que se sabia sobre as baterias é que elas desgastam com o tempo. Agora é possível entender até que ponto elas são seguras”, afirma o professor Ellersdorfer.

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Em outro projeto chamado COMET SafeLIB, também da Universidade de Tecnologia de Graz, os cientistas querem determinar a segurança das baterias para uso posterior. Atualmente, células de energia com capacidade de 80% não são mais adequadas para o uso em veículos elétricos, mas poderiam ser aproveitadas em outros equipamentos com exigências menores.

Baterias que não podem mais ser usadas em carros elétricos poderiam ser reaproveitadas em outros equipamentos (Imagem: Reprodução/Envato)
Baterias que não podem mais ser usadas em carros elétricos poderiam ser reaproveitadas em outros equipamentos (Imagem: Reprodução/Envato)

“Pela primeira vez, temos a chance de demonstrar parâmetros reais na área de segurança, provando que baterias antigas não precisam, obrigatoriamente, ser descartadas enquanto ainda conservam uma boa capacidade energética, e também que o envelhecimento não deixa essas baterias menos seguras”, completa o professor Ellersdorfer.

Assim como na vida, as baterias mostram que é possível envelhecer com saúde, que vibrações e obstáculos fazem parte do percurso e que quando todo mundo acha que a energia já não é mais suficiente, ainda resta combustível para seguir adiante, oferecendo menos risco do que antes.

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Fonte: TU Graz