Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

James Webb detecta vapor d'água em disco formador de planetas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Julho de 2023 às 15h34

NASA, ESA, CSA, J. Olmsted (STScI)
NASA, ESA, CSA, J. Olmsted (STScI)
Continua após a publicidade

Um dos discos ao redor da estrela PDS 70, a mais de 300 anos-luz de nós, tem vapor d’água. A detecção foi feita pelo telescópio James Webb, e representa a primeira vez em que a água é vista na região rochosa de um disco, no qual os cientistas já sabem que existem dois ou mais protoplanetas.

PDS 70 é uma estrela mais fria que o Sol e é cercada por dois discos, separados por aproximadamente oito bilhões de quilômetros; um deles parece abrigar um planeta troiano em formação. A estrela tem 5,4 milhões de anos, sendo considerada relativamente antiga quando comparada a outras cercadas por discos protoplanetários.

Os dois discos parecem ter planetas em formação, mas a água foi encontrada no mais interno, a menos de 160 milhões de quilômetros da estrela — aquela é a região onde pode haver planetas rochosos se formando. A descoberta é surpreendente porque, com o tempo, a quantidade de gás e poeira dos discos protoplanetários diminui.

Estudos anteriores não conseguiram encontrar água nas regiões centrais de discos de idade semelhante, ou seja, os astrônomos suspeitavam que ela não poderia resistir à radiação da estrela.

Espectro do disco protoplanetário da estrela PDS 70, capturado pelo James Webb, mostra linhas de emissão vindas do vapor
Espectro do disco protoplanetário da estrela PDS 70, capturado pelo James Webb, mostra linhas de emissão vindas do vapor

Apesar de ainda não terem detectado planetas em formação no disco interno desta estrela, a equipe do novo estudo encontrou materiais formadores de planetas rochosos. Portanto, a detecção do vapor d’água implica que, se há planetas rochosos sendo formados ali, então eles devem ter água disponível desde o início de seus processos evolutivos.

A presença da água ali é inesperada, e abre espaço para perguntas sobre suas origens. Para os cientistas do programa MINDS (MIRI Mid-Infrared Disk Survey), que rendeu as detecções, há duas possíveis respostas.

Continua após a publicidade

Em um cenário, as moléculas de água vêm da combinação dos átomos de hidrogênio e oxigênio. O outro propõe que partículas de poeira repletas de gelo foram transportadas do disco externo e mais frio para o interno e quente. Ali, a água congelada seria sublimada, se transformando em vapor.

Além da origem ainda incerta da água, não está claro como a água poderia ter resistido tão próxima da estrela, já que a radiação ultravioleta deveria ter destruído as moléculas. Para os autores, é possível que a poeira e outras moléculas tenham atuado como um escudo, protegendo o vapor contra a radiação destrutiva.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: ESA