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Fenômeno luminoso desconhecido apareceu no céu da Nova Zelândia

Por| Editado por Rafael Rigues | 22 de Junho de 2022 às 13h00

Martinis et al.
Martinis et al.
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Um novo estudo sugere que um fenômeno atmosférico conhecido como STEVE (sigla para “aumento de velocidade de forte emissão térmica", em tradução livre), pode ter relação com os chamados arcos aurorais vermelhos estáveis (ou “SAR”, na sigla em inglês), estruturas relacionadas às auroras, que apareceram em sequência no céu da Nova Zelândia, em 2015. Naquela noite, um arco brilhante e avermelhado apareceu no céu e, após uma hora, se transformou em um STEVE.

Os STEVEs costumam aparecer como uma única faixa luminosa em lilás e branco, e se estendem por centenas de quilômetros; eles podem vir acompanhados de uma linha luminosa quebrada, conhecida como “cerca”. Hoje, já se sabe que os STEVEs ocorrem em altitudes muito abaixo daquelas normalmente observadas nas auroras, e são fenômenos separados delas e com processos de formação ainda não compreendidos.

Sequência de imagens aurorais na Nova Zelândia; o arco auroral aparece na esquerda, e o STEVE está no meio; o arco parcial e "cercas" estão na direita (Imagem: Reprodução/Martinis et al.)
Sequência de imagens aurorais na Nova Zelândia; o arco auroral aparece na esquerda, e o STEVE está no meio; o arco parcial e "cercas" estão na direita (Imagem: Reprodução/Martinis et al.)

No novo estudo, os autores analisaram o evento ocorrido em 2015. Naquela noite, o SAR vermelho apareceu a cerca de 300 km de altitude e, gradualmente, deu lugar ao brilho característico do STEVE, que apareceu exatamente no mesmo lugar do fenômeno anterior. Um pouco antes de o STEVE desaparecer, as “cercas” esverdeadas brilharam brevemente. Segundo os autores, este é o primeiro registro de todas as estruturas ocorrendo uma após a outra.

Eles trabalharam com fotos de um observador na Nova Zelândia, dados de satélites e do Observatório Monte John, operado pela Universidade de Canterbury, e acreditam que a sequência de eventos pode trazer pistas sobre a formação e evolução dos STEVEs. “Estes fenômenos são distintos das auroras, porque as assinaturas ópticas deles parecem ser causadas pela energia térmica e cinética extremas na atmosfera da Terra, ao invés de serem produzidos por partículas energéticas atravessando a atmosfera”, escreveram.

Detalhe de um STEVE anterior e suas cercas (Imagem: Reprodução/J. SEMETER ET AL/AGU ADVANCES 2020)
Detalhe de um STEVE anterior e suas cercas (Imagem: Reprodução/J. SEMETER ET AL/AGU ADVANCES 2020)

No caso, os dados dos satélites sugerem que uma tempestade geomagnética pode ter contribuído para a sequência de luzes no céu. É que um jato de partículas eletricamente carregadas e velozes apareceu ao lado do SAR vermelho e, normalmente, estas partículas aparecem perto da região subauroral (aquela que as partículas solares dificilmente ultrapassam) durante tempestades geomagnéticas.

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Durante os fenômenos, seu calor e velocidade aumentou quando o STEVE apareceu, cerca de 30 minutos depois. Assim, a equipe sugere que o STEVE pode ser causado pela interação entre os fluxos de íons a alta velocidade e moléculas de nitrogênio na zona subauroral quando as partículas aquecidas e carregadas encontram o nitrogênio, as moléculas do gás são excitadas e emitem luz para liberar o excesso de energia.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

Fonte: Geophysical Research Letters